Biografia de Alfredo Binda
Alfredo Binda foi um dos primeiros grandes nomes do ciclismo italiano, com cinco vitórias no Giro de Itália e consagrando-se como triplo campeão mundial.
Nasceu a 11 de Agosto de 1902 na localidade de Cittiglio tendo ainda muito novo com a sua família para Nice, em França. Ainda em idade de adolescente, começou a trabalhar com o seu tio e nos tempos livres praticava ciclismo. A sua estreia em provas de ciclismo foi agridoce. Venceu a prova mas foi desclassificado mas estava comprovado que era um talento em cima das duas rodas. Era conhecido como o trompetista de Cittiglio e venceu diversas corridas em França, onde correu nestes primeiros anos desde 1921.
No ano de 1924, Binda corre o Giro de Lombardia, onde termina em quarto lugar e que lhe garante um lugar na equipa de Legnano para o ano seguinte. Binda fez 500 quilómetros de bicicleta de Nice até Milão para participar nesta prova. No seu primeiro ano numa equipa de grande estrutura, Alfredo Binda vence o Giro de Itália e o Giro di Lombardia sendo que em ambas deixou Costante Girardengo, o ídolo italiano na altura. Girardengo acabaria desclassificado mais tarde na clássica italiana, sendo que o seu segundo lugar no Giro já tinha sido mal aceite pela generalidade do público italiano. Mas Alfredo Binda estava a traçar o seu caminho na história do ciclismo e as suas qualidades de trepador e de contra-relogista faziam dele capaz de vencer qualquer prova. E venceu grandes provas.
Nas Grandes Voltas, Alfredo Binda foi um dos nomes consagrados na Volta a Itália, conquistando cinco triunfos. Além do triunfo de 1925, venceu, também, em 1927, 1928,1929 e 1933, além das 41 vitórias de etapa e um recorde de 12 etapas conseguidas numa só edição, no caso, em 1927. O italiano alcançou dois triunfos em etapa na Volta a França de 1930.
O ciclista italiano é, ainda, um dos recordistas de triunfos na prova de fundo dos Campeonatos do Mundo, igualado por Rik van Steenbergen, Oscar Freire e Eddy Merckx. A sua primeira conquista foi em 1927, na cidade alemã de Nurburgring, repetindo em Liége, no ano de 1930 e em Roma na edição de 1932. Antes, já se sagrara campeão nacional na prova de fundo durante quatro anos consecutivos entre 1926 e 1929.
Os dois monumentos que se correm em Itália, Giro de Lombardia e Milão-São Remo, significaram, também, vitórias para Alfredo Binda. Triunfou no ano de 1925, 1926, 1927 e 1931 na prova que se corre na Lombardia e a Milão-São Remo foi conquistada em 1929 e 1931.
Apesar de todas as vitórias, Alfredo Binda não era um ciclista consensual e amado pela generalidade dos adeptos italianos. Primeiro, por retirar Girardengo da possibilidade de vitória do ídolo italiano revalidar o título em 1925 quando ia se retirar da competição. Posteriormente, surge Learco Guerra em 1929, um ciclista apoiado pelo regime fascista em vigor na altura e, por consequência, pela maior parte dos adeptos o que fazia crescer a rivalidade entre ambos. Em 1930, Alfredo Binda participou no Tour em detrimento do Giro, isto porque a organização da prova italiana ofereceu-lhe dinheiro para que não participasse, tornando a prova mais atractiva para os adversários que assim tinham uma oportunidade de vencer, depois de quatro vitórias nos cinco anos anteriores.
A sua carreira de ciclista terminou em 1936 com um acidente que lhe provocou uma fractura no fémur que o impossibilitou de uma boa recuperação. Tornou-se seleccionador nacional, onde venceu várias edições da Volta a França, com Bartali, Coppi e Nencini e onde se evidenciou com a sua capacidade de diplomata para gerir os egos e os interesses sobretudo de Bartali e Coppi. Ainda teve vários episódios para gerir mas foi conseguindo levar um e outro às vitórias. Faleceu a 19 de Julho de 1986.