Biografia de Gino Bartali
Gino Bartali foi um ex-ciclista italiano dos melhores no período da Segunda Guerra Mundial e vencedor de três edições do Giro e duas do Tour, sendo conhecido pela rivalidade que mantinha com Fausto Coppi.
Gino Bartali interessou-se pelo ciclismo ainda em criança e começou nas corridas aos 13 anos de idade depois de ajudar no orçamento da família trabalhando na venda de matéria para os produtores das garrafas de vinho. As muitas vitórias que Gino Bartali conseguiu nas camadas jovens levaram o italiano ao profissionalismo no ano de 1934, com dezanove anos de idade. Venceu a Coppa Bologna, uma espécie de campeonato da região da Toscana, o que fez dele o campeão dessa região. No ano seguinte, Gino Bartali demonstrou toda a sua capacidade em várias provas em Itália mas em outras provas europeias. De destacar, a vitória no campeonato italiano de prova de fundo, as três vitórias de etapa e a geral da Volta ao Pais Basco. No ano de 1936, Bartali muda de equipa para a Legnano, onde viria a alcançar os seus maiores feitos e resultados num período em que a Segunda Guerra Mundial surgiu e que interrompeu os feitos deste e de outros ciclistas como Fausto Coppi e poderiam ter alcançado um palmarés ainda maior do que foi conseguido pelos ciclistas desta geração.
Gino Bartali venceu três edições na Volta a Itália, em 1936, 1937 e 1946, onde ganhou etapas por dezassete vezes e é um dos recordistas de vitórias da classificação da montanha na prova italiana, com sete conquistas entre os anos de 1935 e 1947. Mas não foi só na Volta a Itália, também ganhou a Volta a França em 1938 e 1948, onde venceu doze etapas, tendo conquistado a classificação da montanha nos mesmos anos em que venceu o Tour. Além destes triunfos, o italiano teve mais algumas vitórias em provas por etapas, conquistando duas edições da Volta a Suiça e uma da Volta a Romândia e foram inúmeras as vitórias em clássicas, destacando-se as conquistas no campeonato nacional por quatro ocasiões, assim como os quatro triunfos da Milão-São Remo e a vitória do Giro da Lombardia por três vezes, dois dos monumentos do ciclismo internacional.
Gino Bartali viveu uma intensa rivalidade com Fausto Coppi que apaixonou a Itália porque além das disputas que ambos protagonizavam na estrada e que gerou muita discussão no tempo da Segunda Guerra Mundial, os dois tinham opiniões políticas divergentes, o que criava maior expectativa de cada vez que os dois corriam e criavam-se alguns atritos entre os adeptos de um e de outro. Isto começou em 1940, quando os dois estavam na mesma equipa e Bartali era líder e Coppi era um jovem promissor. Durante o Giro, Bartali passa por problemas e Coppi passa a ser o líder da equipa, existindo algumas divergências entre os dois a partir daí, sendo que nesse ano, Coppi venceu a Volta a Itália. Durante vários anos, as quezílias entre um e outro fizeram crescer o interesse da Itália no ciclismo. Em 1952, no Tour, enquanto os dois subiam o Col d´Izoard subiam, é tirada uma foto em que um deles está dar um bidão de água ao outro, sendo que não existe a certeza de quem deu o bidão a quem. Acabou a carreira em 1954, com 40 anos depois de um acidente rodoviário.
Entre 1943 e 1944, Gino Bartali teve uma das melhores atitudes durante a Segunda Guerra Mundial, ajudando cerca de 800 judeus que eram perseguidos pelo estado nazi, sendo que transportava documentos, fotografias e papeis para falsificar documentos de identificação e além disso, servia de guia para alguns dos judeus que fugiam pelo avançado conhecimento das estradas que conhecia. Recentemente, foi condecorado, várias vezes, por Israel e pela República Italiana pelos serviços prestados na ajuda feita na década de 40.
Faleceu em 2000, vítima de ataque cardíaco.