Biografia de António Pinto
António Pinto nasceu a 22 de Março de 1966, em Amarante e foi um dos fundistas nacionais mais conhecidos, ganhando maratonas de prestigio como a de Londres por três vezes e um campeonato europeu, em 1998, na prova dos 10000 metros.
Começou por praticar ciclismo, sendo que a primeira corrida de atletismo que faz é numa prova no 25 de Abril. Aos 19 anos de idade, foca-se no atletismo em detrimento do ciclismo e em 1986 inscreve-se pela Associação Desportiva de Amarante, tendo sido contratado pelo Futebol Clube do Porto para a secção de atletismo em 1988. Até aos 21 anos, partilhava os treinos com o trabalho e só a partir de então, é que se tornou atleta profissional inteiramente dedicado às corridas. Em 1988, estreia-se em participações em Jogos Olímpicos, onde terminou no 13º posto nos 10000 metros de Seul. Esteve até ao ano de 1991 na equipa nortenha, sendo que em 1992 mudou-se para o rival, Sport Lisboa e Benfica.
O ano de 1992 foi de altos e baixos para António Pinto. Triunfou na Maratona de Londres pela primeira vez, ficando à frente do polaco Jan Huruk e de Thomas Naali, da Tânzania em Abril. Mais tarde, vai aos Jogos Olímpicos de Barcelona mas não corresponde às expectativas. Um problema no dente do siso inviabiliza a corrida de António Pinto. Em vésperas de participação na Maratona de Fukuoka, sofreu uma virose que lhe impossibilitou, praticamente, toda a temporada de 1993. No ano seguinte, voltam os bons resultados num novo clube, o Maratona Clube de Portugal. Consegue a melhor marca europeia dos 10000 metros antes dos campeonatos europeus que nesse ano se realizaram em Helsínquia. Só que a malapata voltou. Atacado por um sinusite, ajudou a selecção portuguesa a conseguir uma medalha de prata na Taça da Europa, mas não rendeu tanto quanto poderia se estivesse em óptimas condições. Recuperou e na Maratona de Berlim, voltou às vitórias, vencendo a prova com a segunda melhor marca nacional, sendo melhor que Samuel Nyangincha, do Quénia e António Serrano, de Espanha, segundo e terceiro classificados da competição, respectivamente. Torna-se campeão nacional nos 5000 metros.
Em 1995, participa nos Mundiais de Gotemburgo, Suécia, com um resultado muito discreto na prova dos 10000 metros e nos Jogos Olímpicos de Atlanta, fica em 14º lugar na maratona, ficando um pouco aquém das capacidades. Em 1997, António Pinto passou pelo melhor e pelo pior. O melhor foi ter ganho a maratona de Londres pela segunda vez e o pior foi a desistência na mesma disciplina nos Mundiais de Atenas. E em 1998 surge um dos pontos mais altos da carreira de António Pinto. Sagra-se campeão europeu nos 10000 metros na capital húngara, Budapeste. Nas últimas voltas, dá um festival, deixando para trás, os atletas alemães, maiores rivais do atleta português. Sendo o melhor europeu, vai aos mundiais do ano seguinte, em Sevilha, tentar o mesmo feito na prova em que ganhou o europeu. Acabou num meritório 5º lugar. Na última participação em Jogos Olímpicos, António Pinto consegue o seu melhor resultado, ficando às portas dos dez primeiros, na 11ª posição. Antes, António Pinto conseguiu uma proeza só ao alcance dos melhores. Torna-se campeão pela terceira vez da Maratona de Londres e bate o recorde europeu, ficando como recordista europeu da distância, compartilhando esse marco com o francês Benoit Zwierzchiewski. A marca conseguida foi 2 horas, 6 minutos e 36 segundos. Acabou com a carreira desportiva em 2002, dedicando-se aos empreendimentos imobiliários, dividindo com a participação e envolvimento em algumas corridas.