Meles meles (Texugo-europeu) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Mammalia | Carnivora | Mustelidae | Meles | M. meles |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Predação | Longevidade |
Europa e Ásia | Pouco preocupante | Zonas de pastagem e terrenos cultivados, matos e zonas ribeirinhas | Omnívoro | Raposa, Gato-bravo, Geneta e aves de rapina | 2 anos |
Características Físicas | |
Anatómicas |
Na face apresenta pelagem branca com duas listas longitudinais pretas; o resto do corpo é acinzentado com algumas regiões (pescoço e membros) de coloração negra; cabeça de pequena dimensão e pescoço curto, membros robustos e cauda curta. |
Dimorfismo Sexual | Pouco acentuado, sendo o macho geralmente maior |
Tamanho | 78,7 – 98,1 cm (corpo); cauda mede 11-19 cm |
Peso | 8,8-12,3 kg |
Meles meles (Texugo-europeu) é uma espécie de porte médio. Possui um focinho alongado e uma cabeça de pequenas dimensões relativamente ao corpo. Na face ostenta uma pelagem branca com duas listas longitudinais pretas da ponta do focinho até às orelhas. O corpo é robusto e arredondado, sendo a pelagem acinzentada com algumas regiões do corpo (ex. pescoço e membros) de coloração negra. A cauda é curta, cinzenta e possui a ponta branca. As patas são curtas e fortes com cinco dedos com garras fortes e não-retrácteis que utiliza na escavação das tocas. A sua longevidade é, em média, de 2 anos, uma vez que apenas cerca de 50% das crias sobrevive ao primeiro ano, podendo no entanto, viver até aos 14 anos.
Com uma distribuição euro-asiática, esta espécie pode apresentar diferenças morfológicas regionais. As populações encontradas na Península Ibérica possuem um tamanho menor e a coloração da pelagem é mais ténue, fazendo com que alguns autores defendam que se trata de uma subespécie Meles meles marianensis (Graells 1897). Em Portugal, encontra-se presente um pouco por todo o país. Para além desta subespécie, outras são aceites: Meles meles meles (Europa Ocidental), Meles meles leptorynchus (Rússia), Meles meles anaguma (Japão) e Meles meles leucurus (China e Tibete). Possui uma estrutura social bem definida, em regime gregário, formando grupos familiares com, em média, 5 elementos, podendo, no entanto, possuir até 35 elementos (as crias tendem a permanecer no seu grupo natal). Esta espécie atinge a maturidade sexual por volta dos 14-15 meses e os casais formam-se para toda a vida. Têm, geralmente, entre 1 a 5 crias, que nascem normalmente entre Abril e Janeiro ao fim de um período de gestação de 7 semanas. Os grupos familiares vivem num sistema de tocas, por vezes com mais de 3 metros de profundidade, com um complexo sistema de túneis – texugueiras. Esta espécie, após o Outuno recolhe-se nas texugueiras e inicia o sono invernal durante o qual não abandona a toca, não sendo contudo, uma verdadeira hibernação, no caso das populações da Península Ibérica.
O texuxo-europeu é um animal solitário e de hábitos noturnos e crepusculares, abandonando a texugueira ao pôr-do-sol. Marca o seu território através da utilização de glândulas subcaudais. Em relação à sua alimentação, apesar de ser classificado como mamífero carnívoro, esta espécie é na verdade omnívora e oportunista. Assim sendo, a sua dieta é constituída por artrópodes, frutos (por exemplo, peras, azeitonas e bolotas), anelídeos, moluscos, anfíbios, répteis, raízes e bolbos.
References:
- Macdonald D.W. (2001) The new encyclopedia of mammals. Oxford University Press, Oxford, United Kingdom.
- Rosalino L.M., Loureiro F., Macdonald D.W., Santos-Reis M. (2005) Dietary shifts of the badger Melesmeles in Mediterranean woodlands: an opportunistic forager with seasonal specialisms. Mammalian Biology 70, 1: 12 – 23
- Rosalino L.M., Macdonald D.W., Santos-Reis M. (2005) Resource dispersion and badger population density in Mediterranean woodlands: is food,water or geology the limiting factor? Oikos 110, 3: 441 – 452
- Santos-Reis M., Rosalino L.M., Loureiro F., Santos M.J. (2005) Los tejones en Portugal: distribución, estatus y conservación. In: Ecología, distribución y estatus de conservación del tejón Ibérico, Edited by Virgós E., Mangas J.G., Revilla E., Roura X-D. Malaga: SECEM, p 241-250