Gerardo Mercator foi um importante cartógrafo que redefiniu a projecção do mapa mundial que ficou conhecida por Projecção de Mercator.
Nascido em 1512 na região flamenga da Bélgica, Gerardo Mercator é conhecido por ter sido o primeiro a recorrer a um sistema de projecção matemática para conseguir representar num plano a superfície esférica da Terra. É tido também como o criador do termo “Atlas” para designar uma colecção de mapas e cartas. Ingressou na Universidade de Louvain, em 1530 para prosseguir os estudos de ciências humanas e filosofia. Dois anos depois, obteve o grau de mestre. Após dois anos em Antuérpia e Mechelen fundou, em Louvain, um estabelecimento dedicado aos estudos geográficos, local onde já tinha frequentado a Universidade. Conseguiu tornar Louvain num centro de construção de instrumentos cartográficos e também astronómicos. Isso deveu-se aos trabalhos de colaboração de Mercator com Gemma Frisius, matemático e filósofo e Gaspar a Myrica, impressor e ourives. Em 1536, concluem um globo terrestre e, em 1537, um globo celeste. Elaborou um mapa da Palestina, um mapa-múndi, um mapa da região da Flandres e também um manual sobre caligrafia itálica. No ano de 1544, Mercator foi acusado de heresia sendo por isso preso pela Inquisição. É defendido pela Universidade de Louvain, podendo após a defesa voltar a Louvain para continuar os seus estudos e pesquisas.
Em 1554, publicou o conhecido grande mapa da Europa que acabou por lhe consolidar a fama de cartógrafo. Foi nomeado cosmógrafo do duque Guilherme de Clèves, no ano de 1564. E passa a ocupar a cátedra de Cosmografia na Universidade de Duisburgo. Nesse mesmo ano, dedica-se ao aperfeiçoamento da sua projecção cilíndrica, mais conhecida como “projecção de Mercator”. Na sua obra de referência, publicada posteriormente a título póstumo por Rumold Mercator, em 1595, “Atlas”, a esfera da Terra encontrava-se projectada sobre um cilindro tangente ao equador e os paralelos e os meridianos apresentavam-se perpendiculares entre si. No entanto, verificava-se que os paralelos se afastavam uns dos outros à medida que se reduziam as distâncias aos pólos. Isso fazia com que existisse uma deformação de escala nas latitudes mais altas de ambos os hemisférios. Gerardo Mercator teve também o papel de ser o primeiro cartógrafo a corrigir o mapa de Claudio Ptolomeu. A sua obra foi um marco muito importante no processo de representação terrestre, a seguir ao período dos Descobrimentos e Expansão. Acabou por falecer em 1594.