O rícino (Ricinus communis L.) é um arbusto perene tropical e subtropical pertencente à família das euforbiáceas. No Brasil, a planta também é conhecida como mamona ou mamoneira.
Descrição botânica
Este arbusto é proveniente do nordeste de África e do Médio Oriente. É uma planta de crescimento rápido que se encontra distribuída pelos climas tropicais e subtropicais em locais como campos velhos, encostas rochosas e à beira de estradas. O rícino cresce melhor em exposição total à luz solar e pode alcançar até 6 m de altura, mas mede em média 2,5 m.
As folhas são simples, alternadas e grandes, cuja largura varia de 10 a 40 cm e cujo comprimento pode chegar até aos 60 cm. As folhas de tonalidade verde arroxeada possuem longos pecíolos com 20 a 50 cm de comprimento. Cada folha possui 5 a 11 vasos principais irradiando externamente em lobos estreitos com margens recortadas. O caule é brilhante, tenro e suculento quando a planta é jovem e à medida que a planta envelhece, torna-se lenhoso.
O rícino é uma planta monóica, que apresenta inflorescência do tipo panicular, denominada de rácemo, com flores femininas na parte superior e masculinas na inferior com estames ramificados amarelos. Os rácemos aparecem no topo dos ramos do rícino.
O fruto é uma cápsula tripartida coberta de espinhos moles. Os frutos aparecem na farma de m cacho de formas cilíndrica que pode medir 10 a 80 cm de comprimento. O fruto apresenta uma coloração de a amarela a azul esverdeada que se torna castanha à medida que amadurece. Cada cápsula contém três sementes.
Aplicações do óleo de rícino e seus subprodutos
O principal produto do rícino é o óleo extraído das suas sementes conhecido como óleo de rícino.
O óleo de rícino apresenta propriedades físico-químicas como a inercia à borracha, metais ou plásticos, baixo ponto de solidificação, resistência ao escoamento e viscosidade elevada e, por isso, tem sido aplicado com frequência como lubrificante industrial. O óleo depois de processado também é usado como um agente na fabricação de coberturas, pinturas, vernizes, tintas, ceras, lápis de cera e tinturas. O óleo de rícino também é usado em combustíveis e lubrificantes de aviões e foguetões para baixar os seus pontos de congelação.
No Brasil, óleo de rícino tem sido proposto para a produção de biocombustível a par da sua congénere a purgueira (Jatropha curcas).
Em relação à produção do óleo a nível mundial, Índia, a China e o Brasil são os maiores exportadores enquanto que a França, os Estados Unidos da América e a China são os maiores importadores mundiais deste bem.
A torta, resíduo que sobra da semente após a extração do óleo, pode ser usado como um fertilizante rico em azoto e/ou como ração animal quando sujeito a um processo de desintoxicação.
A glicerina (ou glicerol) um subproduto da reacção de transesterificação do óleo é aproveitado para outras indústrias.
Ricina
A ricina é uma glicoproteína altamente tóxica e que engloba três tipos de ricina: A, B e C. A ricina é encontrada nas sementes desta planta, concentrando-se no endosperma da semente, e ausente nas outras partes da planta. O óleo de rícino extraído das sementes desta planta também não contém a ricina, está fica na torta, o resíduo da semente que sobra depois da extração do óleo, porque a ricina não é lipossolúvel.
A toxicidade da ricina advém do facto de ser uma proteína inactivadora de ribossomas (RIP) levando à inibição da síntese proteica.
References:
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