A Yersinia pestis é um bastonete Gram-negativo. Este microrganismo está incluído no grupo de bactérias que causam zoonoses (as zoonoses são doenças que são transmitidas por animais ao homem). Esta bactéria é extremamente virulenta e capaz de penetrar em qualquer parte do corpo humano com o qual entra em contato. A partir do contato inicial as bactérias são fagocitadas por macrófagos. Estas bactérias conseguem sobreviver no interior destas células, não sendo destruídas, entrando posteriormente na corrente sanguínea e infetando vários órgãos vitais.
A Yersinia pestis está na causa da peste bubônica, mais conhecida por peste negra. Os ratos são os hospedeiros principais deste microrganismo que os transmitem às pulgas. É através das picadas das pulgas, na pele do ser humano, que a bactéria infeta o organismo.
Este organismo do Reino Monera está incluída no Filo Proteobacteria, na Classe Gammaproteobacteria, Ordem Enterobacteriales, Família Enterobacteriaceae e Género Yersinia. Inicialmente foi-lhe dado o nome de Pasteurella pestis.
A peste negra destruiu cerca de um quarto da população da Europa no século XIV. Mais tarde, epidemias de peste surgiram na China e passaram para a Índia, onde morreram cerca de 10 milhões de pessoas.
Os fatores de virulência F1, V e W permitem que esta bactéria resista à destruição após a fagocitose, sendo por isso um organismo intracelular facultativo, pois conseguem sobreviver no interior dos macrófagos.
O fator de virulência F1, Fração 1, corresponde a um antigénio capsular que possui propriedades que protegem estas bactérias da fagocitose. Os antigénios V, de natureza protéica, e o W, que é uma lipoproteína, são específicos para o Género Yersinia, e em conjunto com o F1 oferecem a elevada resistência que esta bactéria possui.
Os três principais grupos hospedeiros desta bactéria são os roedores selvagens, os roedores domésticos e o ser humano. As bactérias vivem nas populações de roedores selvagens entre as epidemias, sendo transportados para os roedores domésticos através de pulgas. Quando os roedores selvangens entram em contato com ratos da cidade, as pulgas podem transportar as bactérias para estes. Quando estes morrem as pulgas atacam os seres humanos, pois perdem o seu hospedeiro.
As bactérias invadem a pele, são fagocitadas pelos macrófagos e continuam a se reproduzir no interior da célula. Após uma semana, elas transferem-se para os gânglios linfáticos mais próximos, geralmente os inguinais. Os nódulos inguinais situam-se na zona da virilha. Os nódulos crescem até atingirem tamanhos de ovos, tornando-se quentes, vermelhos e bastante doridos. Os primeiros sintomas passam pela febre e dores de cabeça. Os bacilos de Yersinia pestis entram na corrente sanguínea atingindo o fígado, os pulmões e outros órgãos. As hemorragias sob a pele provocam uma coloração escura. Sem tratamento, a morte pode ocorrer em poucos dias. Durante as epidemias, a doença também pode ser vista como uma peste pneumônica, com uma pneumonia sendo transmitida de uma pessoa para outra através de aerossóis que contêm as bactérias. A morte atinge cerca de 75% das pessoas infetadas. O controle das epidemias envolve uma destruição simultânea das pulgas e dos ratos.