Primatologia
Uma grande parte da evolução do Homem assumiu o seu processo nos Trópicos, pelo que os primatas não-humanos contemporâneos habitam climas tropicais ou subtropicais, embora nem sempre tenha sido assim.
A estrutura do esqueleto, o tamanho do corpo, o comportamento social e ecologia dos primatas não-humanos varia consideravelmente consoante as espécies, e dentro das próprias espécies existem variações etológicas consoante as zonas ecológicas. Quase todos os primatas são intensamente sociais, o que explica a concentração dos trabalhos de campo na estrutura social e etológica dos grupos primatas, o controlo biológico e social da reprodução, os padrões de envelhecimento, e as relações entre estes componentes dos sistemas sociais dos primatas.
No seu todo, estes estudos compõem a sociobiologia primata, e um dos principais objectivos é a explicação da evolução de tal diversidade, uma vez que esta procura contribui para o estudo mais amplo da evolução humana.
A primatologia tem recorrido sobremaneira ao método da etologia animal, uma vez que esta ferramenta fornece quatro espécies de explicações quanto à existência de centros-padrões comportamentais: causas próximas, que residem nos processos motivacionais ou psicológicos imediatos: causas ontogénicas, que atribuem as causas ao desenvolvimento decorrido durante a vida: explicações funcionais, que atribuem a causalidade ao propósito dos padrões comportamentais: explicações evolucionárias, que indicam as sequências de mudanças comportamentais que conduzem à evolução dos padrões em questão.
Estes níveis de explicação podem interagir. Assim, as quatro categorias de explicação são necessárias de modo a serem elucidados os padrões comportamentais enquanto pertencentes a um sistema biológico integrado. Estas explicações têm procurado tratar a alimentação e a sua distribuição, a evasão aos predadores, e a necessidade de procura de um parceiro, como as determinantes primárias da biologia das espécies. Por outro lado, por vezes a primatologia apoia-se numa visão que se socorre da ecologia e do comportamento, que em si, resultam em características morfológicas igualmente.
A aplicação destes métodos e conceitos às populações humanas implica a sociobiologia humana, que pode ser definida como o estudo sistemático das bases biológicas do comportamento social humano.
References:
Dunbar, R.I.M. (1988) Primate Social Systems, London: Croom Helm.
