Canibalismo

Conceito de Canibalismo: Canibalismo trata-se de uma relação ecológica intraespecífica, isto é, uma relação entre indivíduos da mesma espécie. Esta relação consiste num…

Conceito de Canibalismo

Canibalismo trata-se de uma relação ecológica intraespecífica, isto é, uma relação entre indivíduos da mesma espécie. Esta relação consiste num individuo alimentar-se de partes ou de todo um outro individuo da mesma espécie, este comportamento surge tanto em cativeiro quanto na natureza, sendo um comportamento perfeitamente natural em algumas espécies, no entanto, sabe-se que, em condições extremas de fome, algumas espécies podem adotar este comportamento de forma a sobreviver.

Esta interação ocorre em diversas espécies no reino animal, devendo-se a diversos fatores como competição entre o adulto e as crias ou mesmo para colmatar défices nutricionais, não sendo muitas vezes necessária a existência de um período extenso de fome. Verifica-se também que não são apenas os indivíduos com um regime alimentar carnívoro que o praticam, existindo também canibalismo entre herbívoros e detritívoros.

Inicialmente, os investigadores pensavam que o canibalismo surgia em condições extremas, como é o caso de seres que se encontram num longo período de privações, em que não é possível obter nenhum outro tipo de alimento que não seja outro individuo da mesma espécie, ou então que serviria de controlo de população, isto é, os indivíduos mais fortes alimentar-se-iam dos mais debilitados ou deficientes de forma a diminuir a população e torna-la mais resistente. Deste último fato são exemplo algumas espécies de caranguejos assim como alguns roedores que se alimentam de crias.

No ato sexual ocorrem muitas vezes comportamentos de canibalismos, como é o caso das espécies de Louva-a-Deus e alguns aracnídeos como a viúva negra que matam e se alimentam do macho durante ou depois da cópula, respetivamente, pensa-se que este comportamento serve para as fêmeas adquirirem nutrientes que favoreceram a produção de descendentes mais fortes.

Algumas espécies alimentam-se dos seus próprios ovos ou então das suas crias, estes comportamentos são mais comuns em macho que pretendem acasalar com fêmeas que possuem crias. Em diversas espécies não existe uma relação permanente entre indivíduos do sexo oposto, a fêmea normalmente escolhe o macho com o qual manterá a cópula, finda a relação, as fêmeas produzem a descendência e cuidam dela até esta se podere defender. Enquanto a fêmea está centrada nas crias não possui um período de cio. Os machos, no entanto, procuram reproduzir-se o mais possível, com esse objetivo macho rivais matam as crias da fêmea para que esta entre no cio mais cedo e eles se possam reproduzir, um exemplo deste comportamento é observado em leões. O contrário também pode acontecer em determinadas espécies, o macho mata e alimenta-se das suas próprias crias por pensar que estas na verdade possuem material genético que não é o seu, aumentando assim as suas hipóteses de se reproduzir e passar o seu ADN.

O canibalismo parece ser também bastante comum entre espécies aquáticas durante alguma das fases dos seus ciclos de vida, por exemplo, algumas espécies de peixes comem os seus descendentes. Os tubarões dentro do útero materno também possuem comportamentos canibais, pois podem alimentar-se dos seus irmãos assim como de outros óvulos não fecundados de forma a obterem mais nutrientes e eliminarem competidores.

O termo é amplamente aplicado aos seres humanos que se alimentaram de outros seres humanos. As razões apresentadas para estas práticas prendem-se normalmente por necessidade de sobrevivência, como por exemplo, no caso de um acidente de avião em que os passageiros sobreviventes alimentaram-se dos seus companheiros por falta de outros alimentos. No entanto, existem algumas notícias que indicam a existência de crimes com base no canibalismo, em que indivíduos propositadamente, e sem razão aparente, se alimentam de carne humana.

A expressão Canibalismo surgiu devido a um erro por parte dos conquistadores Espanhóis, a quando do conhecimento de tribos caribenhas, nessa altura desconfiava-se da existência de rituais em que os índios comeriam a carne dos seus inimigos, no entanto, algumas dessas suspeitas vieram a provar-se mentira mas o nome prevaleceu.

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