Conceito de Teoria da Vinculação
John Bowlby inicia os seus escritos em torno dos efeitos da privação de cuidados maternos na disrupção da vinculação. Na década de 70, os estudos de Ainsworth e colaboradores centrados na observação de bebés e suas mães em contexto naturalista e laboratorial – Situação Estranha –, vão consolidar o trabalho de Bowlby, possibilitando a compreensão da organização da vinculação.
Na base da teoria da vinculação está a noção de Bowlby que os bebés têm um sistema comportamental inato que desempenha a função de os proteger do perigo. Este é um sistema de controlo com motivações biológicas que serve para manter os bebés perto dos cuidadores e assim garantir a sua proteção e sobrevivência face a situações de ameaça ou perigo, durante o período prolongado de tempo que decorre até que seja alcançada a maturidade reprodutiva. No desenvolvimento adulto, passa-se de um nível comportamental para um nível representacional da vinculação. Estas representações mentais da vinculação apontam para a importância das relações precoces no comportamento e desenvolvimento posterior.
Bowlby considera que os comportamentos de vinculação estão organizados num sistema comportamental de vinculação, sendo que este sistema envolve não só comportamentos como, também, componentes cognitivos e emocionais.
Nesta teoria é hipotetizado que a (in)disponibilidade da figura de vinculação está associada à visão de in(segurança) da vinculação. Deste modo, considera-se que a relação de vinculação é um fator crucial para a sobrevivência, pré-condição de interações significativas e imprescindível para a segurança psicológica.
Os padrões de vinculação postulam-se em termos de Vinculação Segura, Vinculação Insegura – evitante, Vinculação Insegura ambivalente/resistente e Desorganização da Vinculação.