O stresse ocupacional diz respeito à ao conjunto de sintomas associados ao esgotamento vivido pelos profissionais, o que se traduz em baixa na qualidade dos serviços e dos resultados.
Segundo os estudos de Silva e Gomes em 2009, o stresse ocupacional tem vindo a ser alvo de estudo desde há algumas décadas devido à cada vez maior incidência do mesmo, principalmente em profissionais de saúde.
Além destes estudos, outros também foram realizados por diferentes autores como Gomes, Montenegro, Peixoto e Peixoto (2010) junto de outros profissionais, nomeadamente professores, pelo que se chegou a conclusões semelhantes no que diz respeito aos sintomas e aos resultados.
Na maioria dos casos, os principais resultados do mesmo traduzem-se em desmotivação e baixa satisfação com o trabalho, o que leva a consequências de ordem física, psicológica e ao absentismo (Silva, & Gomes, 2009). No caso de profissionais da área da saúde como médicos e enfermeiros, a preocupação é mais acrescida porque o resultado se traduz na saúde dos seus pacientes, pelo que, o stresse ocupacional, como patologia que é, torna-se num fator de alto risco para esta população (Silva, & Gomes, 2009).
No caso de profissionais associados ao ensino, verificam-se situações em que o comportamento de alunos ou a natureza do próprio trabalho, são geradores de altas dificuldades em gerir o stress ocupacional (Gomes, Montenegro, Peixoto, & Peixoto, 2010).
Alguns dos sintomas mais óbvios ligados a este tipo de patologia, verificam-se ao nível da capacidade de gestão das emoções devido ao ter de lidar, constante e frequentemente com questões geradoras de alto stresse, tais como deficiências, lesões graves, sofrimento e dor física propriamente dita (Silva, & Gomes, 2009). Em casos extremos, os autores falam de cenários em que os pacientes e familiares têm de enfrentar a morte (Silva, & Gomes, 2009).
Uma das questões mais preocupantes relacionadas com o stresse ocupacional, verifica-se, segundo estes estudos levados a cabo por Silva e Gomes (2009) com o burnout, ou seja, esgotamento experienciado pelos profssionais. A situação de esgotamento laboral vivida pelos profissionais das diferentes área, leva a que o stresse comece a acumular, passe a ser crónico e o trabalhador deixa de conseguir lidar com a situação porque começa a deixar de ter recursos para gerir todo o stresse a que está sujeito (Silva, & Gomes, 2009).
Do mesmo modo se verifica os sintomas ligados ao esgotamento emocional, vivido por professores, o que os leva a desenvolver, de igual forma, uma enorme exaustão emocional, a despersonalizar as estratégias de ensino e a obter menos realização profissional (Gomes, Montenegro, Peixoto, & Peixoto, 2010).
Por consequência de toda esta situação, nota-se uma clara evidencia da baixa qualidade dos serviços prestados, o que surte um efeito muito negativo em todo o cenário o que leva à cada vez menor adesão do público alvo (Silva, & Gomes, 2009).
Da mesma forma, o stresse vivido por profissionais do ensino também leva a que haja menos envolvimento por parte dos alunos (Gomes, Montenegro, Peixoto, & Peixoto, 2010).
Importa ainda referir que para compreender o stresse ocupacional, é necessário perceber de que forma é que os profissionais respondem ao mesmo pelo que, em muitas situações verifica-se que, como mecanismo de defesa face ao stresse e para combater o burnout, muitos profissionais procuram afastar-se emocionalmente das situações geradoras de stresse(Silva, & Gomes, 2009).
Conclusão
Em qualquer profissão se verifica que o stresse ocupacional traz vários tipos de prejuízos tanto aos profissionais como ao público alvo porque a produtividade do trabalho não acontece da mesma forma o que se traduz em menos qualidade. Alguns dos sintomas e consequências relacionados com esta patologia dizem respeito ao burnout, ou seja, ao esgotamento, principalmente emocional, pelo qual passam os profissionais das diferentes áreas. Nesse sentido, alguns dos mesmos, para melhor gerir a situação, muitas vezes procuram adotar mecanismos de defesa, na maioria das vezes, de ordem emocional.
References:
- Gomes, A.R., Montenegro, N., Peixoto, A.M.B.C, & Peixoto, A.R.B.C. (2010). STRESS OCUPACIONAL NO ENSINO: UM ESTUDO COM PROFESSORES DOS 3º CICLO E ENSINO SECUNDARIO. Psicologia & Sociedade, 22(3): 587-597, 2010.
- Silva, M.C.M., & Gomes, A.R.S. (2009). Stress ocupacional em profissionais de saúde: um estudo com médicos e enfermeiros portugueses. Estudos de Psicologia, 14(3), setembro-dezembro/2009, 239-248.