O coping ocupacional diz respeito às estratégias utilizadas pelo indivíduo para lidar com o stresse e o burnout no ambiente de trabalho. Ele relaciona-se, diretamente com a personalidade e com o ambiente laboral presente.
De acordo com os estudos de Sousa, Mendonça, Zanini e Nazareno (2009) o coping é muito importante no contexto ocupacional, tendo em conta as ferramentas utilizadas de acordo com este para gerir o stresse, evitar o burnout e outras patologias, uma vez que é através da capacidade de utilizar estratégias de coping que os indivíduos reagem ao stresse no ambiente de trabalho.
Segundo trabalhos elaborados por Silva, Silva, Silva, Andolhe, Padilha e Costa (2017) o coping ocupacional é proveniente das estratégias que cada indivíduo adota para lidar com fatores stressantes com os quais tem de lidar no seu ambiente de trabalho. Estas estratégias servem, fundamentalmente, para minimizar os efeitos nefastos do stresse (Silva et al, 2017).
“Coping é definido como um conjunto de estratégias cognitivas e/ou comportamentais utilizadas pelo indivíduo para enfrentar demandas internas ou externas apreciadas como excedendo os seus recursos” (Antoniazzi, Dell’Aglio; Compas, 1987; Folkman, Moskowitz, 2004; Zanni, Forns, Kirchner, 2005, cit in Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009 p. 67).
Segundo as pesquisas de diferentes autores acerca do tema, podemos compreender como o coping diz respeito a todo o processo inerente à forma como a pessoa reage à resolução dos seus problemas (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009).
Podemos avaliar o coping ocupacional mediante dois níveis, sendo eles o primário e o secundário (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009).
No que diz respeito ao nível primário de gerir o processo encontramos questões relacionadas com os valores, os compromissos e as crenças que cada pessoa tem acerca de si mesma e do mundo (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009). Em relação ao nível secundário, Sousa, Mendonça, Zanini e Nazareno (2009) encontram questões relacionadas com o processo cognitivo, ou seja, todas as variáveis que se relacionam com a relação existente entre ela e o ambiente ocupacional e que, por sua vez, são geradoras de níveis mais altos de stresse.
Além destes dois níveis de avaliar o coping ocupacional, outros estudos levados a cabo por diferentes autores mencionam ainda que o mesmo pode ser gerido de acordo com estratégias que se focam na resolução do problema ou estratégias centradas na gestão de emoções a ele inerentes (Silva et al, 2017).
É importante e fundamental, ao ter em conta todas estas vertentes, perceber a forma como o indivíduo avalia a sua situação ocupacional, pelo que, poderá verificar de vários ângulos, ou seja, ela pode ser vista como benéfica ou prejudicial, ameaçadora ou desafiante e, a partir daqui, irá ser gerada uma resposta comportamental do foro emocional (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009).
Além de todo este processo de gestão do coping ocupacional, a personalidade do indivíduo influencia ainda bastante a gestão do stresse e do burnout pelo que fatores como a autoestima e a auto-eficácia, estão significativamente associadas a toda a gestão do processo (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009).
Neste sentido, enquanto alguns indivíduos procuram estratégias de coping que visam analisar e compreender a situação para que a possam resolver, outros há que vêem os fatores geradores de stresse como passíveis de serem modificar de modo a que possam interagir com ele (Silva et al, 2017).
A grande importância de toda esta capacidade de auto gestão, diz respeito à saúde uma vez que o controlo de todas estas variáveis, influencia diretamente a saúde do indivíduo, seja pelas benesses ou pelos prejuízos que poderá trazer (Sousa, Mendonça, Zanini, & Nazareno, 2009).
Conclusão
O coping ocupacional diz respeito a todas as estratégias que o indivíduo tem à sua disposição e/ou aquelas que ele busca para lidar com fatores potenciadores de stresse e burnout profissional. Esta capacidade de gestão está ligada a fatores internos e externos, ou seja à própria personalidade do indivíduo bem como ao contexto e ambiente de trabalho que tem à sua disposição sendo que, o mesmo fator gerador de stresse pode ser entendido como uma ameaça à sua prestação ou mesmo como um desafio potenciador de desenvolvimento.
References:
- Silva, G.A.V., Silva, G..A., Silva, R.M., Andolhe, R., Padilha, K.G., & Costa, A.L.S. (2017). ESTRESSE E COPING ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA E SEMI-INTENSIVA. Revista de Enfermagem UFPE on line., Recife, 11 (Supl, 2)): 922-31, fev., 2017. Recuperado e 24 de julho de 2018 de https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/13461/16153
- Sousa, I-F., Mendonça, H., Zanini, D.S., & Nazareno, E. (2009). ESTRESSE OCUPACIONAL, COPING E BURNOUT. Estudos, Goiânia, v.36, n.1/2, p. 57-74, jan./fev. 2009.