Perturbações de dor

As perturbações de dor dizem respeito a condições físicas e/ou psicológicas que afetam a qualidade de vida dos indivíduos que delas padecem.

Perturbações de dor

As perturbações de dor dizem respeito a condições físicas e/ou psicológicas que afetam a qualidade de vida dos indivíduos que delas padecem. Verifica-se, em diferentes estudos, que a definição de dor encontrada nos manuais, não traz diagnósticos muito consensuais, já que encontramos vários diagnósticos para o quadro clínico.

De acordo com os trabalhos de Capela e Loura (s.d.) as perturbações de dor devem ser definidas de acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor que entende a mesma como “… uma sensação desagradável associada a um processo destrutivo actual ou potencial dos tecidos, e que se expressa através de uma reação orgânica e emocional.”

Para Oliveira e Ribeiro (2012) baseando-se, também, nas definições da Associação Internacional para o Estudo da Dor, acrescenta-se ainda que a dor se trata de uma experiência sensorial e emocional desagradável devido a uma lesão dos tecidos que provoca os efeitos já acima descritos.

Contudo, entre todos os autores, é notório compreender que as pesquisas realizadas acerca do assunto demonstram que não existe consenso no que diz respeito ao diagnóstico da dor, embora o seu conceito pareça ser muito claro e sempre associado a indivíduos classificados com perturbações psiquiátricas e psicofisiológicas, tal como demonstra o DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fourth Edition – American Psychiatric Association, 1994) assim como no ICD-10 (International Satistical Classification of Diseases and Related Health Problems 10th Revision – World Health Organization, 1993) (Capela, & Loura, s.d.).

Partindo dos critérios que definem as perturbações de dor descritas no manual do DSM-IV, a classificação deste tipo de perturbação, não é, na totalidade, explicada pela doença física ou por uma condição médica observada (Capela, & Loura, s.d.).

Oliveira e Ribeiro (2012) acreditam ainda que a dor é muito mais um fenómeno psicológico do que físico uma vez que se observa sempre a estimulação de mecanismos psíquicos aquando de um quadro de perturbação da dor.

Podemos observar situações que se encaixam nos critérios das perturbações de dor quando estamos perante quadros de queixas dolorosas ou incapacidade ocupacional que vão além do que se entende como normalmente experienciado pelo paciente (Capela, & Loura, s.d.).

No que concerne ao DSM-IV encontramos a classificação da dor crónica como perturbação de dor, e em relação ao ICD-10 a mesma é definida como Perturbação de Dor Somatoforme Persistente (Capela, & Loura, s.d.).

Segundo Capela e Loura (s.d.) após a pesquisa de diferentes estudos e autores que se debruçaram sobre a investigação acerca das perturbações de dor, as mesmas são diagnosticadas como respostas psicológicas a estímulos nocivos.

Isto significa que, quando falamos em perturbações de dor, referimo-nos a situações em que a dor é causada por diferentes estímulos e afeta o indivíduo de diferentes formas tais como através do sistema nervoso central, das emoções, dos pensamentos e das convicções envolvidas acerca da mesma (Capela, & Loura, s.d.).

Em qualquer uma das definições encontradas nos estudos acerca da dor, o denominador comum é, essencialmente, o mecanismo de defesa encontrado pelo organismo contra qualquer lesão que lhe é provocada (Oliveira, & Ribeiro, 2012).

Segundo Oliveira e Ribeiro (2012) é muito importante referir que, durante o desenvolvimento infantil, é fundamental compreender como é que a dor e o alívio da mesma influenciam a criança, tanto no que concerne à formação das suas relações interpessoais como no que diz respeito à noção de bom e de mau, prémio e punição, sucesso e punição.

Este aspeto do desenvolvimento, ao qual, associamos certas definições de dor, importa, no sentido em que é comum observar a forma como a mesma é utilizada como argumento em cenários como a culpa, acabando por influenciar as relações (Oliveira, & Ribeiro, 2012).

Conclusão

Quando falamos em perturbações de dor, entramos num mundo imenso já que a mesma diz respeito a diferentes quadros clínicos, os quais, podem ter diferentes estímulos como base, sendo eles físicos ou psicológicos e até culturais, quando a dor é carregada de culpa ou de responsabilidade social.

Não existe um consenso decisor em relação às perturbações de dor, sendo o denominador comum a percepção de que a mesma é o mecanismo de defesa que o organismo encontra para se defender de ataques nocivos.

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References:

  • Capela, C., & Loura, R. (s.d.). Perturbação de Dor. Recuperado em 22 de novembro de 2017 de http://revistas.rcaap.pt/psilogos/article/view/4083/3059;
  • Oliveira, S, & Ribeiro, L. (2012). A Hostilidade e a Raiva na Dor Crónica. PsiLogos. Artigo de Revisão/Review Article. Vol.10 Nº1. Recuperado em 22 de novembro de 2017 de http://repositorio.hff.min-saude.pt/handle/10400.10/842.
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