Identidade social

A identidade social diz respeito ao sentimento de pertença gerado entre o indivíduo e o grupo onde se insere, mediante valores e princípios em comum.

A identidade social diz respeito ao sentimento de pertença gerado entre o indivíduo e o grupo onde se insere, mediante valores e princípios em comum. É mais frequente que estes grupos se verifiquem na fase da adolescência.

Senos (1997) identifica a adolescência quando fala de identidade social por ser a fase de desenvolvimento em que o indivíduo se afasta um pouco dos pais e começa a aproximar-se mais e a conviver mais com os pares.

É comum, nesta fase, encontrarmos adolescentes divididos por grupos mediante os interesses, atividades e partilha de gostos em comum, principalmente nos tempos livres, ao que Richmond (1995, cit in Senos, 1997) chamou de afiliação grupal.

Os grupos de pertença que são os grandes responsáveis pela identidade social, levam os indivíduos a reagir com determinado comportamento especifico às situações negativas pois é dentro destes que, em conjunto, se procura desenvolver valores, atitudes e representações sociais que sejam favoráveis à sua situação social (Senos, 1997).

Mediante o tipo de comportamento que temos dentro dos nossos grupos de pertença, desenvolve-se relacionamentos positivos com os pares à medida que se tende a afastar dos demais grupos, ou seja, a tendência para o indivíduo se assemelhar cada vez mais ao seu grupo de pertença, é inversamente proporcional ao afastamento dos outros (Senos, 1997). É dentro desta construção que se dá a identidade social (Senos, 1997). Esta aproximação de elementos de determinado grupo paralela ao afastamento de elementos de outros grupos é realizada com base nas diferenças de valores entre os indivíduos de diferentes grupos (Prette, & Prette, 2003).

“(…) o conceito de identidade social pode ser definido como constituindo o conhecimento ou a consciência, por parte do indivíduo, de que pertence a certos grupos sociais, juntamente com o reconhecimento da significação emocional e valorativa de que essa pertença se reveste para o sujeito” (Senos, 1997, p. 124).

Prette e Prette (2003) identificam os processos cognitivos do indivíduo no sentido de compreender melhor o ambiente que o rodeia, ao encontrar a sua identidade social junto de pessoas ou objetos que partilhem de características em comum.

No entanto, Senos (1997) ressalva que a identidade social só pode ser considerada positiva quando o facto de o indivíduo se sentir como pertencente a um grupo e se afastar dos outros grupos, resulta numa distinção positiva, isto é, este sentimento deve contribuir positivamente para o desenvolvimento de todos os membros do mesmo. Prette e Prette (2003) encontraram, nos seus estudos, evidencias de que o indivíduo procura não só integrar-se em grupos onde compreenda que pode desenvolver relacionamentos positivos, como afastar-se daqueles que sente que lhe provocam o efeito contrário, mesmo quando já estavam inseridos neste segundo. Em algumas situações, quando o grupo não produz efeitos positivos, o próprio indivíduo poderá tentar influenciar o mesmo para que estes se tornem uma realidade (Prette, & Prette, 2003).

Para o efeito da identidade social, o grupo de pertença só é considerado saudável se for distinguido pela positiva em comparação com outros (Senos, 1997). Caso contrário, a identidade social passa a ser considerada inadequada, quando o efeito se torna menos positivo e leva à necessidade de rever os conceitos do grupo (Senos, 1997).

Segundo diferentes autpres como Tajfel (1981, p. 63, cit in Prette, & Prette, 2003) é sabido ainda que a identidade social está também ligada ao autoconceito do indivíduo que influencia também o seu sentimento de pertença a um ou mais grupos sociais, ou seja, a construção desta identidade implica também questões do foro emocional bem como dos valores do indivíduo e do grupo, tal como já tinha sido referido.

Conclusão

O conceito de identidade social diz respeito ao sentimento de pertença do indivíduo a um determinado grupo com base nos valores e princípios em comum entre o mesmo e o grupo em questão. Este sentimento de pertença visa proporcionar o desenvolvimento de cada um dos seus elementos, sendo necessário, para isso, que cada um dos envolvidos sinta que esta relação é positiva, saudável e adequada. É comum encontrarmos indivíduos agrupados em categorias, sendo que as diferenças de uns grupos para outros, costumam ser bastante acentuadas, principalmente na fase da adolescência, uma vez que é a faixa etária onde há maior tendência para a criação destes.

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References:

  • Prette, A.D., & Prette, Z.A.P.D. (2003). Assertividade, Sistema de crenças e identidade social. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v.9, n. 13, p. 125-136, jun. 2003. Recuperado e 30 de agosto de 2018 de http://seer.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/169/182;
  • Senos, Jorge. (1997). Identidade social, auto-estima e resultados escolares. Análise Psicológica, 15(1), 123-137. Recuperado em 30 de agosto de 2018, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82311997000100010&lng=pt&tlng=en.
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