A família tradicional é aquela em que, até meados do século XX era entendida como patriarcal, em que o pai garantia a sobrevivência da família e a mãe, a harmonia do lar.
Segundo os estudos de Vilhena (s.d.) a família é vista por diferentes ângulos como o doméstico, o porto seguro, a sobrevivência, a transmissão de valores, imagens e representações, e um conjunto de laços de parentesco com diferentes graus de proximidade.
Espera-se que o pai e a mãe ensinem os filhos como se comportar, o que é permitido e o que é proibido, bem como os papéis sociais associados a cada membro e que fazem de cada um, elemento importante para a constituição da família tradicional, uma vez que é a primeira experiência social de cada indivíduo, na maioria dos casos (Dias, 2011).
Assim, quando se fala em família tradicional, os estudos remetem-nos para a família burguesa com o modelo patriarcal, onde os casais são legalmente casados e com filhos e o pai é a pessoa que garante s recursos e a sobrevivência familiar, enquanto a mãe fica encarregue de garantir a harmonia do lar (Dias, 2011; Vilhena s.d.).
Vários são os trabalhos que descrevem a família tradicional até aos anos cinquenta e sessenta, segundo o modelo ocidental, em que era esperada da mesma a estabilidade emocional dos adultos para que a pudessem transmitir às suas crianças, tanto em termos culturais como sociais (Dias, 2011).
Apesar de a tendência ser para retratar a família tradicional burguesa, se falarmos em família tradicional, não podemos descartar as famílias mais pobres em cuja grande diferença diz respeito ao facto de que todos os membros da família contribuem para que haja recursos (Vilhena s.d.).
No entanto, devido às dificuldades de recursos de muitas famílias mais carenciadas, as mesmas não foram sempre vistas com a mesma legitimidade que as famílias burguesas devido ao facto de não se organizarem da mesma forma (Vilhena s.d.).
Conclusão
A família tradicional vista ser um porto seguro para todos os membros, tendo bem delineado o que se espera de cada um. Do patriarca da família espera-se que garanta a sobrevivência de todos os membros e da matriarca a garantia da organização e harmonia do lar. Ambas as partes têm o dever de transmitir valores, regras, permissões e limites aos seus filhos, uma vez que, na maioria dos casos, a família é a primeira experiência de convívio social que os mesmos têm.
References:
- Dias, M.O. (2011). UM OLHAR SOBRE A FAMÍILIA NA PERSPTIVA SISTEMÁTICA. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NO SISTEMA FAMILIAR. Gestão e Desenvolvimento, 19 (2011), 139-156. Disponível em http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/gestaodesenv/gd19/gestaodesenvolvimento19_139.pdf;
- Vilhena, J. (s.d.). REPENSAND A FAMÍLIA. PSICOLOGIA.PT – O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0229.pdf.