A bissexualidade refere-se a uma forma de amor psicológico ou carnal entre pessoas que pertencem a sexos diferentes e também ao mesmo sexo, constituindo-se um triângulo. Um a pessoa sente-se atraída por pessoas do mesmo sexo ao mesmo que se sente atraída por pessoas do sexo oposto.
É considerado uma disposição psíquica inconsciente de um individuo que se sente atraído pelos dois sexos. Poderá ser considerada uma identidade sexual inacabada por não ter alcançado a estabilidade psíquica necessária para a escolha do objeto de amor, quando se pressupõe que toda a subjetividade humana se fundamenta na diferença sexual, isto é baseia-se na necessidade de um individuo fazer uma escolha sexual através da aceitação da perda de um dos sexos, na constância objetal que é defendida, por exemplo pelos kleinianos, ou na resolução edipiana, como é defendido pelos freudianos.
Para muitos autores poderá ser chamada à bissexualidade um terceiro sexo ao mesmo tempo andrógino ou hermafrodita. Sigmund Freud (1856 – 1939) rejeitou o termo em “Os três ensaios sobre a sexualidade humana” (1905), para definir a homossexualidade como uma escolha da existência humana e distingui-la da bissexualidade para designar como algo que decorria de uma consignia universal da sexualidade humana.
Incluiu a bissexualidade na categoria de uma pura organização psíquica, chegando à conclusão que a sua existência adulta eram resultante dos progressos ulteriores da biologia.
Podendo ser uma escolha de objeto inacabada ou resultantes de progressos biológicos a bissexualidade foi encarada nos princípios da psicanalise e da psicologia como um motor do recalcamento, assente nas conceptualizações e historia do desenvolvimento do complexo de édipo. Para este autor, a bissexualidade representava um conflito entre duas tendências: uma libido viril e um recalcamento feminino. Também Wilhelm Fliess (1858 -1928) abordou a bissexualidade para explicar que esta era um dos substratos psíquicos.
Com os sucessores de Sigmund Freud, tais como Donald Woods Winnicott (1896 – 1971) ou Jacques Lacan (1901 -1981), entre outros, depreende-se uma explicitação da bissexualidade a partir do falocentrismo – Evolução psíquica que tem como centro o falo -, do estudo da sexualidade feminina sob todas as suas formas, quer através dos distúrbios da identidade sexual a partir de uma separação radical entre a sexualidade e o anatómico.
Palavras – Chave: bissexualidade, sexualidade, anatomia sexual, organização psíquica, escolha objetal
Bibliografia:
Roudinesco, E. & Plon, M.(2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)