Conceito de Autocrítica
A autocrítica pode ser globalmente entendida como a avaliação que o indivíduo realiza sobre si mesmo, podendo esta ser dirigida a pensamentos, sentimentos, comportamentos ou situações em que participa.
A autocrítica pode afigurar-se construtiva, podendo nesta perspetiva ser considera uma necessidade psicológica, já que resulta da capacidade de observação, avaliação e reflexão do indivíduo, promovendo o ajustamento às suas expetativas ou objetivos.
A crítica construtiva possibilita deste modo a aprendizagem face a dificuldades ou insatisfações, contrariamente à crítica autodestrutiva, que por sua vez tende a afigurar-se como inflexível, bloqueando o indivíduo nas suas dificuldades, ao invés de permitir ultrapassá-las.
A atribuição do erro, ou insatisfação, ao indivíduo de uma forma que é percebida como global e tendencialmente estável (e.g. “Eu sou mau aluno”, “mau profissional”) tende a configurar-se uma crítica destrutiva pois não promove no indivíduo a antecipação da possibilidade de evoluir ou mudar.
Contrariamente à crítica destrutiva, a crítica construtiva pode ser conceptualizada através da autoavaliação de respostas ou situações específicas identificáveis (e.g. “Desta vez não acertei nos exercícios de matemática porque estava distraído”), face às quais o indivíduo possa estabelecer a intenção e o plano de ação para a mudança (e.g. “Vou concentrar-se mais no próximo exercício”).
Neste sentido é necessário que a autocrítica seja acompanhada de autoestima, permitindo ao próprio reconhecer os seus erros ou dificuldades de uma forma que o mobilize para a ação, ao invés de bloqueá-lo e puni-lo continuamente.
Palavras-chave: autocrítica, autoestima, autoconceito, necessidades psicológicas
Referência bibliográfica
Chang, E. (2008). Self-criticism and Self-enhancement. Theory, research and clinical implications. Washington DC: American Psychological Association.
