A adoção por casais homossexuais pretende que duas pessoas homossexuais com uma relação construída, possam assumira a educação de uma criança ou adolescente.
Segundo os estudos realizados por Ximenes e Scorsolini-Comin (2018) a adoção por casais homossexuais começa por ser pautada pela nova disponibilidade para que estes casais passem a ter o direito ao casamento civil. Inicialmente, a realidade que mais se aproximava deste tipo de cenário era a homoparentalidade que visava que os conjugues trouxessem filhos frutos de relacionamentos anteriores, ou seja, de apenas um dos companheiros (Ximenes, & Scorsolini-Comin, 2018).
Vários são os estudos que misturam a parentalidade com a orientação sexual dos pais, ou seja, de algum modo, o receio de que a criança ou adolescente sofra qualquer influência nesse sentido, ainda é uma realidade (Ximenes, & Scorsolini-Comin, 2018).
Devido esse motivo, em muitos casos, a possibilidade de adoção por parte destes casais ainda não é amplamente aceite, pelo que não são poucas as vezes em que recorrem à adoção de apenas um dos dois, para que possam formar uma família. Este tipo de adoção acaba por se tornar construído de forma moral mas não de forma legal (Ferreira, & Chalhub, 2011).
Por outro lado, existem bastantes estudos que indicam que não existe qualquer tipo de relação entre a orientação sexual de um casal homossexual e a forma como se vai desenvolver a orientação sexual de uma criança pelos mesmos adotada (Ximenes, & Scorsolini-Comin, 2018).
Mesmo não existindo estudos que encontrem uma relação existente entre as duas variáveis, ainda existem argumentos utilizados por vários profissionais que reivindicam perigos relacionados com a violência sexual, risco da influência acima descrita, capacidade para assumir o cargo por parte dos conjugues, problemas de inserção social, entre outros (Ferreira, & Chalhub, 2011).
Conclusão:
A adoção por casais homossexuais ainda se mostra um tema bastante polémico devido às imensas questões contraditórias entre aquilo que dizem os estudos e aquilo que defendem muitos profissionais. De acordo com os dados da literatura, mesmo em estudos mais recentes, compreendemos que a investigação acerca do tema ainda tem a necessidade de muito trabalho para que se possa chegar a um consenso que permita conclusões mais frutíferas acerca do assunto.
- Ferreira, K.C.G, & Chalhub, A. (2011). Contribuições da psicologia em relação à adoção de crianças por casais homoafetivos: uma revisão da literatura. Disponível emrevistas.unijorge.edu.br/intersubjetividades/pdf/2010_1_Artigo29_49.pdf
- Ximenes, Flávia, & Scorsolini-Comin, Fabio. (2018). Adoção por casais do mesmo sexo: relatos de psicólogos do judiciário. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 9(1), 65-85. Recuperado em 10 de feveiro de 2019, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072018000100005&lng=pt&tlng=pt.