Sócrates, Filosofia

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Sócrates é considerado pai da Filosofia. Ele viveu em Atenas, entre os anos de 470 e 399 a.C.. A vida de Sócrates nos é contada por Xenofontes e por Platão, já que o próprio nada escreveu. Seu pensamento é um marco na constituição de nossa tradição filosófica. Podemos dizer que ele inaugura a filosofia clássica rompendo com a preocupação centrada na formulação de doutrinas sobre a realidade natural que encontramos nos Pré-Socráticos.

Filho de uma parteira e de um escultor, recebeu uma educação tradicional: leitura e escrita a partir das obras de Homero. Conhecedor das doutrinas filosóficas anteriores e contemporâneas a ele (Parmênides, Zenão, Heráclito e Sofistas), participou do movimento de renovação da cultura e política empreendido pelos Sofistas. Entretanto, se revelou inimigos destes pensadores. Segundo Sócrates, eles não possuíam compromisso com a verdade.

Sócrates participou ativamente da vida cidade buscando demonstrar e combater a desordem intelectual causada por aqueles que eram ditos sábios, mas que, porém, apenas possuíam a arte de bem falar. Convidado a fazer parte do conselho dos 500, manifestou sua liberdade de espírito combatendo as medidas que julgava injustas, mas se manteve independente em relação às lutas travadas entre os partidários da democracia e da aristocracia grega.

Acreditando obedecer uma voz interior, realizou uma tarefa de educador público (Sócrates não cobrava, como os Sofistas, para ensinar) e para isso, colocava os homens diante da evidência de que as opiniões não são verdadeiras, pois não resistem ao diálogo crítico. A verdade, por sua vez, já se encontra em cada um de nós, mas só é visível aos olhos da razão. Daí a importância do diálogo como mecanismo de desvelamento do que é verdadeiro. Sócrates implementou, nesse sentido, uma forma de conversa que auxilia a descoberta da verdade. Seus diálogos, por vezes, também apresentam uma característica específica, a ironia, e o objetivo da utilização dessa prática estava em gerar uma espécie de quebra de expectativa no interlocutor. A partir do incomodo gerado pela pergunta irônica, que diz o contrário do que realmente se pensa, aquele que ouvia Sócrates era obrigado a repensar suas próprias colocações.

A vida de Sócrates se aproxima do fim quando ele é acusado de introduzir novos deuses em Atenas e corromper a juventude. Irritou seus juízes com sua ironia e acabou sendo condenado pela cidade, o que o levou a morte pela ingestão do veneno (cicuta).

Sócrates é conhecido pelo seu famoso método dialético, sua arte de interrogar, onde partindo do princípio da maiêutica, estimula seu interlocutor a desenvolver seu próprio pensamento. Para ele, esta é uma condição de todos os homens o que nos torna a todos capazes de nos livrarmos das opiniões reconhecendo a nossa ignorância. As etapas do saber socrático são: a) ignorar sua ignorância; b) conhecer sua ignorância; c) ignorar seu saber; d) conhecer seu saber. Sua famosa frase “Conhece-te a ti mesmo” é uma referência ao método de se adquirir a ciência dos valores que o homem já carrega em si.

 

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References:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria helena Pires. Filosofando. 4° Ed. São Paulo: Moderna, 2009.

JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. 3°ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 2°ed. Rio de Janeiro: 2007

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