Ejaculação precoce diz respeito ao momento do ato sexual em que o homem tem um orgasmo, mais cedo do que é esperado. Muitos dos casos advêm de ansiedade, do sistema nervoso e até mesmo do foro psicológico devido ao stresse da vida quotidiana ou mesmo da frustração. Este problema não é grave quando acontece poucas vezes, contudo, se acontecer várias vezes é aconselhável procurar um médico.
A ejaculação precoce diz respeito à disfunção sexual masculina mais frequente, estimando-se que acontece entre 20 a 30% dos homens em algum momento da vida (Francishi, Ayres, Itao, Spessoto, Arruda, & Junior, 2011). Historicamente, as tentativas de explicar a etiologia da mesma incluíram diversas teorias biológicas e psicológicas (Francischi et al, 2011).
As teorias psicológicas acerca do tema incluem o efeito de experiência precoce e do condicionamento sexual, ansiedade, técnica sexual, frequência de atividade sexual e explicações psicodinâmicas (Francischi et al, 2011). As biológicas incluem teorias evolucionistas, hipersensibilidade do pénis, níveis de neurotransmissores centrais e sensibilidade de recetores e grau de excitação, velocidade do reflexo ejaculatório e nível de hormonas sexuais (Francischi et al, 2011).
A procura dos homens pelo tratamento tem sido um dos grandes focos de investigação pelo comportamentalismo, pelo foro da sexologia que pretende ser largamente operacional, em conjunto com o modelo cirúrgico ao nível da intervenção de desempenho sexual da pessoa, contudo ao tentar justificar os seus impasses terapêuticos, as escolas psicoterapêuticas constatam que os fracassos técnicos são causados pela falta de motivação em relação às mudanças propostas, e essa resistência está associada à personalidade dos pacientes e ao fato de eles estarem frequentemente empenhados em relacionamentos interpessoais considerados patológicos (França, 2001). Dessas observações emergiu a recomendação preferencial por terapia conjugal da parte dos terapeutas comportamentais que são, como podemos observar na internet, na televisão e nas publicações científicas, os profissionais mais referenciados na área das disfunções sexuais (França, 2001).
Mas a orientação para o casal não teve em conta as dificuldades das técnicas diretivas no campo das disfunções sexuais, pelo que permanece em suspenso as relações entre personalidade, dificuldade sexuais e escolhas amorosas (França, 2001).
Homens com um ponto de ajuste muito alto podem apresentar ejaculação retardada ou ausente apesar de conseguirem atingir uma ereção completa e de receberem estimulação sexual prolongada (Francischi et al, 2011). Há fortes evidências de que a longa duração do esforço físico nos homens leva a uma diminuição na concentração do magnésio extra celular devido a uma troca transitória entre os componentes extra e intracelular do magnésio e a um aumento simultâneo na expulsão da urina (Francischi et al, 2011). Pode dar-se aqui uma situação de descontrolo da genitália masculina, causando emissão e ejaculação (Francischi et al, 2011).
Opções de tratamento
As técnicas comportamentais foram a base do manejo da Ejaculação Precoce por muitos anos, embora a evidência de sua eficácia a curto prazo seja limitada (Francischi et al, 2011). Alguns homens recorrem a abordagens de autoajuda adquiridas por experiência pessoal, como biblioterapia (livros) ou pesquisa na internet (Francischi et al, 2011). Essas técnicas incluem masturbação imediatamente antes da relação sexual, uso de múltiplos preservativos para reduzir a sensibilidade peniana ou técnicas de distração com exercícios mentais durante os preliminares, na relação sexual, ou ambos (Francischi et al, 2011).
Vários autores relatam que a ansiedade é uma das causas da Ejaculação Precoce, e está enraizada no âmbito psíquico da medicina sexual como a mais provável causa, a despeito da escassez de evidências de pesquisas empíricas que sustentem qualquer papel causal (Francischi et al, 2011). Vários autores sugerem que a ansiedade ativa o sistema nervoso simpático e reduz o limiar ejaculatório, como resultado de uma fase de emissão precoce no ciclo da ejaculação (Francischi et al, 2011). Nesse momento, a glande do pénis é comprimida ou a atividade sexual é interrompida, até que passe a vontade de ejacular, quando então a atividade sexual pode ser retomada, e as técnicas são repetidas, conforme necessário (Francischi et al, 2011).Contudo, estudos subsequentes relataram altos índices de fracasso com o uso dessas técnicas.
A terapia cognitiva ou sexual concentra-se em perceções e sentimentos, melhorando a comunicação entre os parceiros, aumentando as habilidades sexuais e a autoconfiança, e reduzindo a ansiedade associada à atividade sexual (Francischi et al, 2011). Observa-se melhora a curto prazo com essas abordagens comportamentais, mas os dados sobre a eficácia desses métodos a longo prazo ainda são limitados (Francischi et al, 2011).
Conclusão
Depois do estudo feito vimos que a ejaculação precoce afeta milhões de pessoa do sexo masculino, trazendo grande transtorno durante a relação sexual. O problema, como já referimos, diz respeito ao atingir do orgasmo mais cedo do que é esperado. Por esse motivo, no caso de persistência de sintomas, com a ajuda de médicos e especialistas da área, é possível encontrar solução e tratamento para esse problema que muitas das vezes é despoletado por fatores psicológicos.
References:
- França, C.P. (2001). A virilidade e a intimidade amorosa em questão. Resenha de Cassandra Pereira França, Ejaculação precoce e disfunção erétil: uma abordagem psicanalítica, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001, p.270;
- Francischi, F.B., Ayres, D.C., Itao, R.E., Spessoto, L.F., Arruda, J.G.F., & Junior, F.N.F. (2011). Ejaculação precoce: existe terapia eficiente? Premature ejaculation: is there na eficiente therapy? [em linha] SCIELO BRASIL, scielo.br. Revendo ciências básicas 9(4 pt 1): 545-9.