Conceito
A fluência da fala relaciona-se com o ritmo da mesma e à auto-organização do sistema que envolve a coordenação interna e o equilíbrio dos diversos componentes da fala. São estes a articulação, a respiração, a fonação (voz) e a cognição/emoção.
Quando existem alterações do ritmo da fala pode considerar-se a presença de redução, estagnação ou aceleração do discurso, com observação de fenómenos de repetições, prolongamentos, bloqueios, excesso de pausas, fala com ar residual, ausência de pausas normais, presença de processos linguísticos no discurso, como omissão ou acrescento de sons/silabas.
Os diagnósticos mais comuns para alterações de fluência são a Gaguez e a Taquifémia, sendo que a primeira resulta de uma redução no ritmo do discurso e a Taquifémia na aceleração do discurso. Ambas as patologias podem interferem diretamente com a participação do individuo nas suas atividades diárias, alterando o processo da comunicação e apresentando uma componente emocional associada, por perda de controlo, sentimentos de inferioridade, medo, insegurança e noção do auto-conceito alterado.
Embora estudos neurológicos tenham demonstrado que dependendo da língua falada possa ocorrer diferenças de desempenho na tarefa de fluência verbal, ainda não está claro se esta diferença leva a mudanças do padrão de ativação cerebral. Há indícios na literatura que a ativação cerebral regional durante a tarefa de fluência verbal pode variar com o aumento de dificuldade da tarefa e também com variáveis demográficas como a idade, escolaridade, género e classificação socioeconómica no desempenho da produção de palavras, com alguns estudos referindo maior ativação cortical nos homens em comparação com as mulheres.