Metagaming (ou Metagame) é uma expressão utilizada para definir estratégias complexas que tentam extrapolar as regras estabelecidas pelo próprio jogo. Envolve também prever o que o adversário está a pensar antes de este fazer a sua jogada. É um termo usado maioritariamente em jogos competitivos e particularmente popular entre a comunidade dos videojogos embora também possa ser aplicado a outros contextos como os jogos de cartas ou tabuleiro.
Previsão de jogadas
O metagaming não é estar ciente de uma simples estratégia dominante, mas sim de múltiplas estratégias que podem ser bem sucedidas em relação às acções do oponente. De forma a ser bem sucedido o jogador deve pensar sobre como o adversário vai reagir e tomar decisões baseado em indícios que este possa revelar na forma como joga. É a frequência relativa de cada possibilidade estratégica, movimento, defesa, entre outros parâmetros, dependendo do jogo em questão.
Os jogos de cartas são propícios ao metagaming.
Um dos exemplos de metagaming são os jogos de cartas como Magic: The Gathering ou Pokémon Trading Card Game. Dominar o metagame em jogos de cartas coleccionáveis é também saber que tipos de baralho podem ser construídos e como reagir a determinadas estratégias. O jogador não domina somente a forma como joga com o seu baralho, mas tem perfeita noção de toda a extensão de baralhos que podem ser construídos e quais as fraquezas e força de cada um deles.
No universo dos videojogos é a passagem de informação sobre estratégias que não são indicadas pelo próprio jogo, questões que o jogador não precisa de saber para desfrutar da experiência, mas que a nível competitivo podem aumentar as suas hipóteses de vitoria. É a utilização de recursos fora do contexto normal do jogo que delineiam as decisões do jogador.
A origem do termo passou também pelo contexto militar aliado às questões políticas. Neste caso as operações militares podem fazer parte do “jogo”, mas as ramificações políticas desse “jogo” são chamadas de metagaming, pois afectam as decisões e estratégias militares. O mesmo se aplica às leis e os diferentes órgãos que as governam. É um processo de decisões que deriva de uma análise aos possíveis resultados que estão dependentes de variáveis externas para alterar o resultado de um determinado problema.
Metagaming pode também servir para modificar as regras de um “sub-jogo” com o propósito de maximizar as suas potencialidades. Na série de videojogo Pokémon, onde o jogador treina criaturas para as utilizar em combates estilo RPG, existem métodos não especificados nas regras do jogo que permitem treinar os Pokémon de forma a potenciar apenas alguns parâmetros específicos tornado estes mais fortes do que um mesmo Pokémon que tenha sido treinado seguindo somente as regras normais do jogo. Estas regras são alteradas com o lançamento de novas versões e como tal o metagame relacionado também se vai modificando.
Nos eSports o termo descreve uma metodologia emergente sobre as estratégias básicas necessárias para jogar a um nível competitivo. É como uma teoria de “pré-jogo” ou previsão de comportamentos. Um jogador ao observar um determinado tipo de comportamento do oponente que o está a prejudicar, pode mudar por completo a sua forma habitual de jogar de forma a quebrar a leitura do adversário.
Nos jogos de luta, por exemplo, certas personagens podem ter fraquezas contra determinadas personagens e se um dos jogadores souber disto, pode usar esse conhecimento para esperar que o adversário escolha primeiro e depois escolher um personagem que sabe de antemão tem vantagens claras contra aquele que o oponente escolheu e depois aplica essas tácticas durante o combate, estratégia também conhecida como “counter-pick” ou “match up”. As vertentes online de alguns jogos aplicaram medidas para que nenhum dos jogadores possa saber o que o adversário escolheu até ao inicio do combate para evitar esse tipo de atitude.