Teoria do Habitat Preferido

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O que é a Teoria do Habitat Preferido?

A Teoria do Habitat Preferido é uma teoria, proposta pelos economistas Modigliani e Sutch em 1966/67, segundo a qual os agentes económicos possuem uma forte preferência pelo horizonte temporal onde realizam as suas operações financeiras, mas existem sempre alguns agentes que estão dispostos a sair do seu habitat, desde que as taxas de juro contenham prémios que compensem o risco desta operação.

A Teoria do Habitat Preferido procura também servir como explicação para a estrutura temporal das taxas de juro. De facto, sempre que a oferta e a procura por fundos com determinada maturidade não encontram equilíbrio, alguns agentes são induzidos, mediante compensação, a mudar para maturidades com desequilíbrios opostos. Assim, tal como acontece na teoria da preferência pela liquidez, também neste teoria a estrutura temporal das taxas de juro reflete a expectativa de taxas spot futuras e prémio de risco, mas ao contrário daquela o prémio é função da necessidade de deslocar agentes do seu habitat preferido e pode ser positivo ou negativo.

Riscos associados à ‘saída do habitat’

Existem dois tipos de riscos distinto associados a estas operações financeiras: (i) o risco de capital, que acontece quando um investidor com habitat preferido de curto prazo compra títulos de longo prazo, e; (ii) o risco de reinvestimento, quando um investidor com habitat preferido de longo prazo compra títulos de curto prazo. Assim, e de acordo com a Teoria do Habitat Preferido, a preferência dos investidores por uma determinada maturidade está diretamente associada à sua sensibilidade relativamente a estes dois riscos. Esta teoria não restringe nem os prémios de risco, nem ao nível do sinal (podendo ser negativos ou positivos), nem ainda ao nível da monotonia (pois rejeita a hipótese que estes sejam crescentes com a maturidade). No caso em que estes sejam para compensar o risco de capital estes são positivos; caso se destinem a compensar o risco de reinvestimento são negativos.

Similitude com a teoria da segmentação dos mercados

Uma vez que a Teoria do Habitat Preferido e a teoria da segmentação dos mercados são ambas teorias institucionais, estas têm alguns pontos em comum: (i) ambas rejeitam a hipótese da perfeita mobilidade de capitais entre mercados com títulos de maturidades diferentes e; (ii) ambas assumem que os agentes económicos realizam, predominantemente, as suas operações dentro do segmento de prazo que mais se adequa à natureza dos seus recursos. Todavia também têm alguns pontos que as distinguem: (i) apesar de a Teoria do Habitat Preferido usar alguns argumentos semelhantes aos da teoria da segmentação dos mercados, reconhece as suas limitações e tenta combiná-las com as hipóteses de outras teorias; (ii) enquanto a teoria da segmentação dos mercados rejeita o papel das expectativas na determinação da estrutura de temporal das taxas de juro, a Teoria do Habitat Preferido reconhece a sua importância; (iii) na teoria da segmentação dos mercados, os agentes económicos dificilmente mudam de um segmento para outro, enquanto na Teoria do Habitat Preferido, estes estão dispostos a sair do seu habitat preferido para outro, desde que as taxas de juro sejam atrativas.

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References:

Ferreira, Domingos (2008). Swaps e Derivados de Crédito. 1ª Ed. Lisboa: Edições Sílabo.

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