Conceito
A expressão de origem italiana tempo rubato, ou simplesmente rubato (tempo roubado), designa um modo de execução musical onde se verifica um retardamento ou abandono momentâneo do andamento estrito, sendo que aquilo que é “roubado” em duração é compensado depois.
A interpretação de uma obra não é inflexível e rigorosa como a matemática. Há passagens que requerem uma ligação mais cuidada entre as notas, outras que requerem pequenos abrandamentos ou desacelerações. Estas modificações – tempo rubato – são o que dão carácter à música. Bem feito, executado com discrição e ligeireza, o rubato provoca nos ouvintes um efeito de admirável sensação de liberdade e espontaneidade. No entanto, quando mal executado, torna-se meramente mecânico.
Durante o romantismo assistiu-se a um uso frequente do tempo rubato, especialmente na música para piano. A questão do rubato no caso de Frédéric Chopin é, até, controversa dado que o uso deste na sua música pode prestar-se perigosamente a abusos. Não obstante, os relatos da sua forma de execução sugerem que, à semelhança de Mozart, mantinha a mão esquerda em andamento estrito e sobrepunha o tempo rubato com a direita. Franz Schubert e Alexander Sbriabin utilizavam também o rubato com o objectivo de darem expressão às suas obras.
References:
Crossley-Holland, P. (nd). Rhythm. Em https://www.britannica.com/art/rhythm-music#ref529705
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.