Conceito
O termo ostinato, do latim obstinato, designa uma frase musical ou motivo rítmico persistentemente repetido numa composição, normalmente na mesma altura, mas podendo variar ligeiramente ou mesmo ser transposto. Um basso ostinato diz respeito a uma figura repetida no baixo, enquanto a melodia e a harmonia se vão alterando.
Os ostinatos, ou ostinati, aparecem regularmente nas composições ocidentais desde o século XIII. Frequentes nas peças dançáveis do século XVI, foram particularmente utilizados durante o período barroco. No entanto, por volta de 1770, a técnica foi quase abandonada, ressurgindo no início do século XX devido ao desenvolvimento do jazz, e, na música clássica em sentido lato, ao apelo neoclássico.
Actualmente, o ostinato tem um papel preponderante na música improvisada (jazz e rock), onde são conhecidos como riff’s e vamp’s, na música africana, na música popular e até mesmo na música para filmes, nas cenas com pouco dinamismo visual.
Exemplos de ostinatos
Alguns exemplos do uso do ostinato no período barroco podem ser encontrados nas suites para cravo, de Haendel, no «Crucificus» da Missa em Si menor de Bach e nas suas sonatas e partitas para violino solo bem como na ópera «Dido e Eneias» de Henry Purcell.
Já no século XX, o «Bolero» ou o movimento Scarbo de «Gaspard de la nuit» de Ravel, o «Concerto op.38» e Hindemith ou a «Sagração da Primavera» de Stravinsky, são exemplos de obras que evidenciam esta técnica.
No jazz, os ground basses (uma versão moderna de baixo ostinato) de Mile Davies em «All Blues» são emblemáticos, assim como os standard «So What», «Take Five» ou «Love Supreme». As canções «Money», dos Pink Floyd, e «Planet Caravan», dos Black Sabbath, ou «Take a Chance on Me», dos Abba, são também exemplificativas do uso de ostinatos nos géneros rock e pop.
Finalmente, em termos de música de filme, o ostinato mais reconhecido é encontrado, provavelmente, no filme «O Tubarão».