Conceito
O nocturno (nocturne) é uma composição musical inspirada na noite ou que sugere uma atmosfera nocturna. Mais especificamente, o termo refere-se a uma pequena peça para piano de carácter romântico, onde, normalmente, a melodia expressiva da mão direita é acompanhada por acordes arpejados na mão esquerda. O primeiro compositor a usar o título nocturno para este género foi John Field, que publicou os seus primeiros nocturnos em 1814. Seguiu-se-lhe Chopin, considerado o verdadeiro expoente deste tipo de composição (escreveu 21 nocturnos).
O notturno italiano de finais do século XVIII não possui nenhuma relação com o nocturno do século XIX. Eram peças de câmara ligeiras que, à semelhança das serenatas, tinham como objectivo serem apresentadas no exterior, à noite (a diferença entre as duas encontra-se na hora de apresentação: o nocturno sempre depois da serenata).
Muitos outros pianistas escreveram também nocturnos, incluindo Liszt (os conhecidos «Liebesträume» são um conjunto de três nocturnos), Schumann, Fauré, Satie, Glinka, Balakirev, Tchaikovsky, Rimsky-Korsakov, Scriabin e Grieg. O «Quinto Nocturno» de Leybach foi uma das obras de música de salão mais importantes do século XIX mas actualmente encontra-se esquecido.
Na viragem do século Claude Debussy transportou o nocturno do piano para a orquestra (com coro feminino). No século XX o liricismo característico do nocturno foi sendo aos poucos substituído pela tentativa de invocar os sons característicos da noite. Paul Hindemith compôs, por exemplo, a «Suite 1922» e Béla Bartók desenvolveu um estilo de músico distintivo, algo macabro, na suite «Out Doors».
References:
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.
The Editors of Encyclopædia Britannica (1998). Nocturno. Em https://www.britannica.com/art/nocturne