Alaúde

Alaúde: instrumento musical da família dos cordofones; origem, desenvolvimento e declínio do mesmo.

O instrumento

O alaúde é um instrumento de cordas com trastos, por isso da família dos cordofones (ver sistema de classificação de instrumentos Hornbostel-Sachs), muito antigo  e dedilhado. Não se sabe qual é a origem concreta do instrumento. Sabe-se, contudo, que descende directamente de instrumentos utilizados pelas civilizações antigas. Nestes termos, acredita-se que um tipo de alaúde comprido, com o braço mais comprido do que o corpo, date, pelo menos, de cerca 2000 a.C, e que um tipo de alaúde de braço curto, com o braço ligeiramente mais pequeno do que o corpo, date de 800 a.C.

O termo é também usado, de modo genérico, para englobar um grande grupo de instrumentos de corda, como as violas de gamba, as vielle, etc.

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Desenvolvimento

No século XIV, provavelmente em Espanha, o alaúde assumiu aquilo que se pode considerar a sua forma definitiva, através da separação nítida entre o braço e a caixa de ressonância central. Tem o corpo redondo, com as costas abauladas (forma de pêra ou gota), um braço chato com sete ou mais trastos e um cravelhame separado, geralmente dobrado para trás, em ângulo em relação ao corpo. Já no século XVI, às 11 cordas em seis pares, são acrescentados outros seis pares de cordas graves, de afinação fixa. E, no século XVII, Denis Gaultier introduziu-lhe um novo sistema de afinação, denominado de nouveau ton.

Os alaúdes eram usados tanto em solos, como para acompanhamento ou inseridos em conjuntos instrumentos. Numa primeira fase, a sua música era tocada a partir da leitura de uma notação conhecida como tablatura, que mostrava os dedos na escala de instrumento como referência visual. Contudo, nos séculos XVI e XVII também esta notação sofre transformações, assumindo o aspecto de uma pauta com um espaço para cada corda e pequenas letras colocadas entre os espaços para indicar o trasto a ser usado. A duração dos sons era indicada por pequenos sinais colocados sobre o sistema.

No século XVII a música de alaúde era cultivada sobretudo na França, na Alemanha e em Inglaterra (Dowland terá sido um dos maiores compositores para alaúde) enquanto que a Espanha se volta sobretudo para a guitarra, que se distinguia sobretudo pelas costas chatas. Também a Itália segue o percurso de Espanha. Os últimos compositores a escrever para este instrumento foram Handel, J.S.Bach, Reusner e Weiss, que o utilizaram inclusivamente em música orquestral.

Declínio

O alaúde entrou em declínio com o advento do classicismo. Os seus executantes profissionais foram desaparecendo e não foram substituídos. As razões para este declínio são são claras: por um lado, pode-se ter devido ao contínuo aumento da dificuldade na sua execução, devido ao acréscimo do número de cordas; por outro lado, poderá ter-se devido ao desenvolvimento do clavicórdio ou cravo; ou mesmo ambas. O certo é que o alaúde só voltou a ganhar uma popularidade considerável no século XX, através do renovado interesse pela música antiga.

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References:

Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.

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