Odisseia é um dos mais importantes e principais poemas épicos da Antiguidade Grega. Atribuído ao poeta Homero, assim como Ilíada, seu antecessor, narra o retorno de Odisseu para sua casa, em Ítaca, após os eventos decorridos na Guerra de Troia. O herói leva dez anos para voltar ao lar, após passar por diversos infortúnios na viagem.
O poema é considerado vanguardista em termos de estrutura narrativa e narratividade. A trama não é linear e apresenta apenas elementos concretos, sem recorrência a reflexões psicológicas ou análise de personalidade das personagens. Elas agem e falam, quase que diretamente ao leitor, como que preconizando o teatro.
Há, ainda, um quê de igualdade entre os guerreiros, criados e escravos e as mulheres. A sequência e consequência dos eventos narrados em a Odisseia mostra que todas as pessoas, suas escolhas e suas ações têm poder para mudar os rumos de suas vidas e das vidas de outros indivíduos.
A Odisseia, assim como a Ilíada, foi vista como uma base para posteriores produções na literatura mundial, consideradas hoje clássicos. Autores como Virgílio, com Eneida, Luís Vaz de Camões, com Os Lusíadas, e James Joyce, com Ulysses, são bons exemplos. As aventuras e desventuras de Odisseu serviram ainda como inspiração para narrativas modernas, tanto na literatura quanto no cinema.
Odisseia e seu enredo
O poema tem início no que se configura chamar, em latim, in media res, no meio das coisas. O enredo está inserido em algo maior, em uma trama ampla que viaja até o passado. Os eventos anteriores surgem em flashbacks ou por meio de narrativas realizadas por personagens.
Pode-se dizer que a Odisseia se divide em três partes:
- As questões relativas à Penélope e Telêmaco, esposa e filho de Odisseu.
- A chegada de Odisseu à terra dos feaces, momento em que a narrativa recua alguns anos.
- O retorno de Odisseu à Ítaca após a Guerra de Troia e a morte dos pretendentes de sua esposa.
Na primeira parte da narrativa, Telêmaco encontra-se como responsável pela casa de seu pai após vinte anos de sua ida à Guerra de Troia. Há dezenas de pretendentes que querem desposar sua mãe, Penélope, e assumir o governo de Ítaca. Eles argumentam que Odisseu já está morto.
Atena, no entanto, protetora de Odisseu, interfere em diversos momentos para que Telêmaco parta de Ítaca em busca de seu pai. Ele viaja à Pilos e é recebido por Nestor. Com o filho de Nestor, ele vai à Esparta, onde encontra Menelau e Helena, juntos novamente. Lá vem a descobrir que Odisseu está aprisionado pela ninfa Calipso.
A obra passa a contemplar a história de Odisseu, preso por Calipso. Hermes, a mando de Zeus, é enviado à ilha da ninfa e ordena que ela o liberte. Após construir uma jangada, ele parte rumo à casa, mas acaba naufragando por interferência de Poseidon. Ele nada até a ilha de Esquéria, onde, após ser bem recebido, revela sua identidade e narra como foi parar ali.
Na terceira parte da narrativa, Odisseu parte de Esquéria, após receber uma embarcação, e chega finalmente à Ítaca. Ele entra na cidade disfarçado de mendigo e observa o caos que se instaurou em seu lar. No dia seguinte, estimulada por Atena, Penélope convence seus pretendentes a competirem por sua mão em uma disputa de arco e flecha. Eles deveriam usar o arco de Odisseu.
O herói participa da competição, ainda disfarçado, e é o único que consegue dobrar o arco. Ele mata todos os pretendentes de sua esposa, as criadas que dormiram com eles. Odisseu se revela à esposa, ao pai, Laerte, e a toda a cidade. A paz só volta a reinar em Ítaca quando Atena surge diante de todos e convence os cidadãos a deixarem de lado suas vinganças, terminando assim o poema.
References:
https://www.britannica.com/topic/Odyssey-epic-by-Homer