Escrita Automática

Precursora de estilos associados aos fluxos da consciência, a escrita automática é um método que permite desembaraçar a mente consciente da racionalidade, permitindo assim motivos não premeditados, a exploração dos sonhos e dos desejos subconscientes de controlo da produção da narrativa.

André Breton, um dos proponentes do valor da escrita automática.

André Breton, um dos proponentes do valor da escrita automática.

Precursora de estilos associados aos fluxos da consciência, a escrita automática é um método que permite desembaraçar a mente consciente da racionalidade, permitindo assim motivos não premeditados, a exploração dos sonhos e dos desejos subconscientes de controlo da produção da narrativa.

Fluindo livremente, a escrita não premeditada foi o método elogiado por Horace Walpole no livro “O Castelo de Otranto” (The Castle of Otranto, 1765), a fonte da novela gótica, à qual o seu autor se dedicou durante oito noites sucessivas, chegado mesmo a um estado de exaustão física e psicológica. No século XIX, o método teve impacto numa segunda obra gótica memorável: o título Frankenstein, publicado em 1818 por Mary Wollstonecraft Shelley, que derivou de um sonho e das notas imediatamente apontadas nessa noite incansável.

Alguns escritores empregaram o método ao mesmo que tempo que estavam sob a influência da hipnose, do álcool, ou de drogas, para desse modo extraírem os rebentos da imaginação pura da mente inconsciente, e também para encorajarem a associação livre por intermédio de sinónimos, homónimos, e jogos de palavras. O poeta William Butler Yeats juntou-se à mulher na comunhão com os espíritos através de apontamentos tirados imediatamente após o ritual, os quais incorporou no poema A Vision (1925), e no tremendo e misterioso poema The Second Coming (1921). O seu interesse no contacto com o além coloriu as suas alegorias baseadas no folclore irlandês, tal como a alegoria The Magi (1914).

William Butler Yeats, poeta irlandês que praticou a escrita automática.

William Butler Yeats, poeta irlandês que praticou a escrita automática.

Em 1924, André Breton discutiu no Manifesto Surrealista o valor da escrita automática, que segundo o próprio, liberta a mente artística do controlo, intenção, e censura. Outros praticantes da escrita automática no século XX foram, a título de exemplo, os escritores americanos Gertrude Stein e Jack Kerouac, e o poeta francês Robert Desnos.

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References:

Varma, Devendra P. The Gothic Flame. New York: Russell & Russell, 1966.

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