Chico Buarque é um dos mais famosos músicos da música popular brasileira, além de um reconhecido escritor e dramaturgo. Sua produção artística conta com mais de oitenta discos produzidos, entre álbuns solo e parcerias com outros músicos. Ele é autor de oito obras literárias, cinco peças teatrais, além de cinco filmes em que tem participação como autor, coautor ou mesmo ator.
Francisco Buarque de Hollanda, nome completo de Chico, é filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e da pintora e pianista Maria Amélia Cesário Alvim, ambos fundadores do Partido dos Trabalhadores, o PT. Nasceu em 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Desde cedo mostrou interesse pela música, área em que se destaca, que foi reforçado pela convivência na infância com nomes como Vinicius de Moraes.
No ano de 1953, o pai de Chico Buarque foi convidado para dar aulas na Universidade de Roma. A família de Hollanda se muda para a Itália, país em que Chico se torna fluente em duas línguas. Na instituição de ensino em que estudava, falava inglês; nas ruas da cidade, falava italiano. Por volta dessa época, então aos nove anos de idade, ele compõe suas primeiras marchinhas de Carnaval.
Em 1960, Chico voltou ao Brasil. Chegou a cursar Arquitetura na Universidade de São Paulo, de 1963 a 1965, mas desistiu para se dedicar inteiramente à carreira como artista. Ele conheceu Elis Regina por volta desse período, que pensou em trabalhar com Chico, mas desistiu devido à timidez do músico.
Carreira musical
A revelação de Chico Buarque ao público do Brasil ocorreu quando venceu, em 1966, o Festival de Música Popular Brasileira, com a música A banda, interpretada por Nara Leão. Houve um empate com a canção Disparada, de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues. O dia 10 de outubro de 1966 ficou marcado como o início do unânime sucesso que veio a ser Chico Buarque.
Chico Buarque é um músico de canções de grande sucesso. Além de A banda, na década de 1960, mais precisamente em 1967, Chico levou a público a música Roda viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4, com quem faria muitas parcerias na carreira. Em parceria com Tom Jobim, voltou a vencer outro festival, o III Festival Internacional da Canção, em 1968, com a canção Sabiá.
O músico realizou forte crítica à ditadura militar que vigorou no Brasil no século XX. Ele se autoexilou na Itália, inclusive, em 1969, onde realizou alguns concertos com toquinho. Duas de suas músicas dessa época foram proibidas pela censura do regime: Cálice e Apesar de você. De volta ao Brasil, continuou a combater a ditadura com músicas como Construção e Partido alto.
Chico Buarque chegou a adotar um pseudônimo para driblar as fortes barreiras impostas pela censura: Julinho de Adelaide. Sob esse disfarce, compôs somente três peças musicais: Milagre brasileiro, Jorge Maravilha e Acorda amor. A atuação sob o pseudônimo foi tão bem realizada que Julinho de Adelaide chegou a ter cédula de identidade e deu entrevistas.
Outra célebre música de Chico Buarque sobre o regime ditatorial vivido no Brasil foi Meu caro amigo. Essa canção é uma carta musicada destinada a um amigo de Chico, Augusto Boal, que vivia exilado em Lisboa. A canção alcançou enorme sucesso e falava sobre a situação política e social do país.
Chico Buarque escritor e dramaturgo
Chico Buarque ainda tem destaque nas artes literárias e dramáticas. Ele criou a parte musical para a peça infantil Os saltimbancos e da peça Morte e vida Severina. Escreveu ele mesmo algumas peças, como Gota d´Água e Ópera do malandro, além de romances conhecidos como Budapeste, Leite derramado e O irmão alemão. Foi vencedor do Prêmio Jabuti em 2004 e em 2009, por Budapeste e Leite derramado, respectivamente.
References:
https://www.allmusic.com/artist/chico-buarque-mn0000095613
