Lewis “Lew” Wallace (Brookville, Indiana, 10 de abril de 1827 – Crawfordsville, Indiana,15 de fevereiro de 1905) – foi escritor, advogado, militar, diplomata, governador do Território do Novo México e ministro encarregado de negócios, na Turquia. De 1852 a 1905 esteve casado com Susan Arnold Elston Wallace, enlace do qual nasceria o filho Henry Lane Wallace (1853-1917).
Wallace estudou no Colégio Wabash (situado em Crawfordsville), tendo interrompido a sua formação para integrar o 1.º Regimento de Infantaria do Indiana e participar, assim, na guerra mexicana, como primeiro tenente. Já em 1849, passaria a exercer funções no tribunal e, no ano de 1856, seria eleito para o Estado do Senado de Crawfordsville.
Durante a Guerra Civil, nos EUA, tornar-se-ia general no ano de 1862. Posteriormente, integraria a comissão que julgou os acusados da conspiração para matar Abraham Lincoln.
Como escritor, publicaria El Dios Bondadoso (1873), Ben-Hur (1880) e El Príncipe de la Índia (1893). Seria com Ben-Hur que obteria reconhecimento a nível mundial, o que levaria a obra a ser adaptada para teatro em 1925, por Fred Niblo, e cinema, no ano de 1959, por William Wyler.
Ben-Hur foi nomeado para doze Óscares, tendo vencido onze, nomeadamente: o de Melhor Filme, Melhor Diretor , Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Direção de Arte – Decoração Colorida, Melhor Fotografia em Cor , Melhor Figurino em Cor, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Edição, Melhor Música e Melhor Gravação de Som . Ressalve-se que a categoria em que Ben-Hur não venceu foi Melhor Roteiro Adaptado. Estas nomeações, apenas seriam superadas por Titanic, em 1998 e The Lord of the Rings: The Return of the King, no ano de 2004.
Conhecido como um homem ateu, Wallace durante uma viagem de comboio por Saint-Louis, comentou com um amigo que não percebia o porquê de tanto devotismo a Jesus Cristo. Seria a partir daqui, que teria a ideia de escrever uma obra, revolucionária, que provasse que Cristo nunca existiu e que este não era o salvador do mundo. Durante dois anos, pesquisou bastante sobre a temática e acabaria por publicar Ben-Hur, em 1880.
«Lewis Wallace, que nos deu esta obra tão perdurável – foi, além de escritor, advogado e general do exército americano. Aí está, talvez, a verdadeira razão do seu êxito. Ele soube reunir o raciocínio subconsciente do magistrado com a fluência da pena e com a virilidade máscula do homem que sabe comandar. Em Ben Hur precisamente há de tudo isso um pouco – o sentido da clemência, a defesa dos justos, os arranques de coragem nos momentos de desespero, o estoicismo perante a morte banal, a força de alma que faz erguer novos ideais. » Trata-se de um romance-epopeia, «em que se canta a coragem da alma e a força do coração. Um romance onde existe algo de fé nos nossos próprios destinos. Um romance que mostra aos Homens até onde podem ir a vontade e o amor. E, sobretudo, a certeza de que a vida não acaba com a morte!».
Nesta obra «os seus heróis são homens. Têm as virtudes e os defeitos da alma humana». Trata-se pois de um livro de «doutrina – mas de uma doutrina simplista, acessível a todos, que se impregna em nós sem darmos por isso. A doutrina de verdade. A doutrina da justiça. A doutrina dos bons, dos sãos, dos que salvaram o Mundo, quando o Mundo ia a resvalar no abismo do pecado!».
Roger Bourgeon, depois do sucesso alcançado por Ben Hur, especialmente através do cinema, publicaria a obra O filho de Ben Hur. No primeiro, Ben tem trinta e três anos e do casamento com Ester, tem um filho, Filipe, que acompanhará o pai nesta história, que começa, precisamente, no dia que se segue à crucificação de Jesus Cristo. O filho de Ben Hur, transporta-nos à vida dos primeiros cristãos, às perseguições de Nero, ao próprio cerco de Jerusalém e ainda à sucessão dos vários imperadores.
References:
Lewis Wallace in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [consult. 2017-03-17 14:11:35]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$lewis-wallace
Ben Hur, 6ºedição, Romano Torres