Quem foi Audrey Hepburn
Audrey Hepburn, foi e será sempre, uma das grandes lendas do cinema e um ícone de estilo e de moda.
Audrey sempre será sempre recordada pelo seu filme Breakfast at Tiffany’s de 1961 (Boneca de luxo, em Portugal) como “Holly Golightly”, uma prostituta de luxo que sonhava em casar-se com um milionário, papel totalmente oposto ao dela, na vida real. Audrey era uma mulher humilde, gentil e charmosa, que preferia cuidar dos outros do que de si mesma.
Audrey, é uma das mais importantes estrela de cinema, premiada inúmeras vezes e a terceira mulher a receber os quatro prémios mais importantes nos EUA… o Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony.
A sua personalidade, carácter e elegância, na maneira de vestir e de viver a sua vida, tornaram Audrey Hepburn, numa musa e inspiração para gerações de mulheres à mais de 60 anos.
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Audrey Hepburn(1929-1993)
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Audrey Kathleen Ruston, nasceu a 4 de Maio de 1929, em Bruxelas, filha única de Joseph Anthony Ruston e Ella van Heemstra, uma uma baronesa holandesa descendente de reis ingleses e franceses. O seu pai anexou o sobrenome Hepburn, e Audrey tornou-se Audrey Hepburn-Ruston. Tinha dois meio-irmãos, Alexander e Ian Quarles van Ufford, do primeiro casamento da sua mãe com um nobre neerlandês.
Devido ao casamento conflituoso entre os seus pais, e para protegerem-na, Audrey é enviada para um colégio interno, em Kent, Inglaterra. Frágil de saúde, torna-se numa leitora compulsiva, lê tudo: Kipling, Edgar Wallace, Openheimer. Não participa nos desportos colectivos da escola, mas dedica-se à dança clássica.
Quando a Guerra rebenta em 1939, volta a Bruxelas, e pouco depois, ela, a mãe, e os irmãos procuram refúgio junto dos familiares que vivem na Holanda, esperando que ali possam viver em paz.
A 9 de Maio de 1940, Audrey participa numa soirée de gala, organizada devido à passagem da Companhia de Ballet Sadler’s Wells, onde vê dançar Margot Fonteyn, um dos seus grandes ídolos. Nessa madrugada, os exércitos do 3º Reich entram e ocupa a Holanda.
Tentando evitar perseguições e a própria morte, Audrey passa a chamar-se “Edda”, por questões de segurança, pois o seu nome com sonoridade inglesa poderia chamar atenções indesejadas.
A mãe também a proíbe de falar inglês. Com a ocupação, e o racionamento, a família começa a passar por privações e chegam mesmo a passar fome.
Com o fim da Guerra, Audrey e sua mãe mudaram-se para Inglaterra, onde Audrey pode começar a viver segundo a sua idade e inscreve-se na prestigiada escola de balé Marie Rambert. Mas a sua professora é honesta e categórica, Audrey era demasiado alta e não tinha suficiente talento para tornar-se numa bailarina prima. Desiludida, passou a trabalhar como corista e modelo fotográfica para garantir o sustento da família. Foi neste ponto da sua vida, que decide investir noutra área da expressão artística e explorar a interpretação. Começando em seguida a estudar teatro e a sua estreia foi no documentário Dutch in Seven Lessons, seguido por uma série de pequenos filmes.
Em 1952, tem que viajar a França para a gravação de Montercarlo Baby, é vista no vagão hotel em que viajava com o elenco, pela escritora Collette. Naquele momento, Collette trabalhava com a montagem para a Broadway da peça Gigi, cujo principal papel ainda não tinha uma intérprete. Encantada com Audrey, decidiu que ela seria perfeita para interpretar a sua Gigi.
As críticas para Gigi não foram de todo favoráveis, mas a opinião geral, era que a jovem desconhecida que interpretava o papel principal estava destinada a grandes coisas e ao sucesso.
Pouco tempo depois da peça, Audrey realiza uma audição para o filme “Roman Holiday”. Encantado com o carácter de Audrey, o director do filme, William Wyler, contrata-a para interpretar à Princesa Ann, dividindo a cena com Gregory Peck, que também se surpreendeu com o talento da companheira.
O sucesso da produção foi também o de Audrey, ganhando um Óscar de Melhor Actriz, no seu primeiro grande filme. Hollywood apaixonou-se por ela de forma quase imediata.
Nos catorze anos seguintes, Hepburn tornou-se numa das actrizes mais requisitadas e bem-sucedidas de Hollywood, somando mais quatro nomeações para o Óscar de Melhor Actriz: por Sabrina (1954), The Nun’s Story (História duma Freira, 1959), Breakfast at Tiffany’s (1961) e, finalmente, pelo exigente papel duma invisual aterrorizada no seu apartamento por um grupo de ladrões em Wait Until Dark (1967).
Pelo meio, teve outras duas inesquecíveis interpretações e marcos da história do cinema. O inusitado par romântico que fez com Cary Grant na comédia negra “Charade” em 1963 e a interpretação de Eliza Doolitle, uma humilde vendedora de flores transformada numa dama da alta sociedade, em “My Fair Lady”, em 1964.
Todos os filmes de Audrey tornaram inesquecível, devido ao seu carisma e interpretações magnéticas, pela sua graça, pela sua elegância, realçada pelas roupas confeccionadas, quase sempre pelo costureiro e amigo, Hubert Givenchy.
A 8 de Fevereiro de 1960, ganhou a sua própria estrela na Calçada da Fama de Hollywood, em homenagem à sua dedicação e contribuição ao cinema mundial.
Os consecutivos sucessos na sua vida profissional, contrastavam com o insucesso na sua vida pessoal, passando por um divórcio muito complicado com Mel Ferrer em 1968. Depois de todo esse duro processo de rotura, Audrey afastar-se por uns tempos e viajar com as amigas para se distrair. Numa dessas viagens, apaixona-se perdidamente por um médico, com quem se casaria apenas seis semanas após o divórcio.
Em 1970, Audrey deu à luz o seu segundo filho, Luca, e passado pouco tempo, o casal decide ir viver para a Suíça, afastando-se do mediatismo, para tentar viver uma vida normal e pacífica.
Em 1976, volta aos grandes cenários de Hollywood, para interpretar a Marian ao lado de Sean Connery, no filme Robin and Marian.
Após descobrir a traição do marido, ficou muito abalada e saiu de casa com os filhos em 1980 e volta a passar por um processo complicado de divórcio, que só foi concluído em 1982, favorável a Audrey, que ficou com a maior parte da fortuna e com a guarda do filho. A partir daí Audrey decide dedicar-se em exclusivo à sua carreira e aos filhos.
Em 1986, trabalha no filme, “Love Among Thieves” onde conhece o actor e companheiro de filmagens, Robert Wolders. Os dois tornaram-se namorados e estiveram juntos até a morte de Audrey.
A partir de momento Audrey passa por um momento de estabilidade e segurança emocional e começa a trabalhar em diferentes programas humanitários e em 1987, tornou-se Embaixadora da UNICEF. Em 1988, no quadro do programa “Work for food”, viaja para a Etiópia, em pleno caos da guerra civil que destruía o país desde 1974.
Na função de embaixadora da UNICEF, Audrey realiza nos últimos cinco anos de vida mais de 50 viagens, entre o Sudão, El Salvador, Vietname, Etiópia, Somália.
No intervalo da sua actividade humanitária, em 1989, ainda teve tempo para interpretar a sua última aparição cinematográfica no papel do anjo Hap, em Always, de Steven Spielberg.
Em 1992 foi diagnosticada com cancro de apêndice, que espalhou-se para o cólon intestinal. Iniciou tratamento, mas após pouco mais de um ano, não resistiu e morre às 7 da noite do dia 20 de Janeiro de 1993, com apenas 63 anos. Encontra-se sepultada no cemitério de Tolochenaz, Vaud na Suíça
Depois de sua morte, os filhos e Robert Wolders criam uma fundação em sua memória, para recolhe fundos para criar programas educativos em África, numa tentativa de continuar com o seu trabalho de ajuda humanitária.
References:
FERRER, Sean Hepburn. Audrey Hepburn, An Elegant Spirit: A Son Remembers. Simon and Schuster, 2015
GITLIN, Martin. Audrey Hepburn: A Biography. ABC-CLIO, 2008
PARIS, Barry. Audrey Hepburn. Penguin, 2001
MOSELEY, Rachel. Growing Up With Audrey Hepburn: Text, Audience, Resonance. Manchester University Press, 2002
SPOTO, Donald. Audrey Hepburn: La biografía. Penguin Random House Grupo Editorial España, 2014
WOODWARD, Ian. Audrey Hepburn: Fair Lady of the Screen. Random House, 2012