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Apresentação da Farnsworth House
A Farnsworth House, ou Casa Farnsworth em português, é uma obra arquitectónica do arquitecto Mies van der Rohe, um dos seus projectos mais famosos e reconhecidos e um ícone da arquitectura americana e da história da arquitectura moderna mundial.
Farnsworth House é uma obra vital da iconografia americana, uma representação exemplar do estilo internacional e do crescente desejo do movimento moderno, de combinar o design elegante e modernas estruturas metálicas, com o ambiente orgânico da natureza circundante. Com a casa Farnsworth, Mies criou um espaço intemporal que, em comunhão e empatia com a natureza, de modo elegante e minimalista, incentivou o contacto despreocupado com um contexto envolvente.
Independentemente de toda a controvérsia que existiu entre o autor e a cliente, a Farnsworth House enaltecendo da melhor forma, todas as características do estilo moderno do século XX.
O projecto habitacional, originalmente foi pensada para ser uma casa de campo a pedido da Dr. Edith Farnsworth, que queria ter uma segunda casa para passar algumas temporadas em um ambiente natural, descontraído e solitário, onde pudesse dedicar-se aos seus passatempos: tocar violino, poesia e aproveitar a natureza.
Desenhada em 1945 e construída em 1951, a casa Fransworth está situada numa superfície plana de prado rodeado por árvores de grande porte e junto a uma das margens do rio Fox, em Plano, nos arredores de Chicago, numa zona de características rurais.
Linhas rectas, horizontalidade, ausência de ornamentos, grandes áreas envidraçadas, cobertura horizontal, estrutura em aço, simplicidade, elegância e funcionalidade. Todos os elementos do estilo de Mies van der Rohe estão presentes na casa Farnsworth.
Ilustrando o pensamento de Mies van der Rohe, de que “less is more” (menos é mais), a casa tem como característica principal, a transparência e a fluidez dos espaços, tendo a natureza como parte da relação estabelecida entre o interior e o exterior, sem qualquer tipo de barreira ou obstaculo, numa conexão permanente entre ambos.
A experimentação artística de Mies apresenta a transparência como principal foco, confirmada através da utilização de vidro em todas as paredes externas e circundantes da casa, dando-lhe uma fluidez, que ressalta ainda mais, a não separação entre o que é público e o privado da casa, integrando todos os espaços, principalmente o externo com o interno.
As linhas limpas que a formam aliadas à estrutura metálica, complementam a simplicidade visual da Farnsworth House, que quase flutua sobre o jardim. A ideia do vidro, além de proteger contra as intempéries sem obstruir a visão é dar a sensação de que o ambiente interno se integra com o externo. A casa situada entre árvores e natureza selvagem, numa plataforma elevada de pilares metálicos, para não perturbar o crescimento natural das ervas e flores campestres e proteger a casa das inundações, já que se situa perigosamente perto das margens de um rio.
“A natureza, também, deve viver a sua própria vida. Nós devemos estar conscientes em não rompê-la com a cor das nossas casas ou equipamentos internos. Ao contrário, nós deveríamos atentar a trazer natureza, casas e seres humanos a uma maior unidade.” – Mies Van Der Rohe.
Com uma área de 140 m2 e sem qualquer tipo de divisórias, com exclusiva excepção da casa de banho, situada no centro de estrutura.
A ausência de divisórias tem a ver com o despojamento modernista, mas também com a versatilidade, já que permite e facilita a organização e redecoração do espaço. As áreas envidraçadas talvez incomodem aqueles que pensam na casa como refúgio de privacidade, mas como se trata de uma casa rodeada pela natureza selvagem, faz mais sentido pensar que os olhares se projectam de dentro para fora.
Na construção actual, a ideia estética foi progressivamente aperfeiçoada e desenvolvida através das escolhas de materiais, cores e detalhes. Embora os debates e processos judiciais subsequentes da disputa entre Edith Farnsworth e Mies, levassem a questionar a praticidade e a vivacidade da obra, a Farnsworth House tornou-se cada vez mais popular e aclamada, considerada, por arquitectos e académicos, como um dos marcos da carreira artística de Mies van der Rohe.
A simplicidade elegante da Farnsworth House é ainda hoje considerada uma grande conquista do estilo arquitectónico internacional.
Farnsworth House, continuou como residência privada por mais de 50 anos, até que a LandmarksIlinóis e a National Trust for Historic Preservation compraram-na em 2003. Actualmente, pertence e é administrada pela Trust e está aberta como um museu público.
References:
CANSECO, Rodrigo Almonacid. Mies van der Rohe, El espacio de la ausência. Universidad de Valladolid, Salamanca, 2008
CLEMENCE, Paul. Mies Van Der Rohe’S Farnsworth House. SCHIFFER PUBLISHING LTD, 2006
LAMBERT, Phyllis. “Mies Immersion” in Mies in America. Harry N. Abrams Publishers, Nova Iorque, 2001