O assédio moral diz respeito à agressão à integridade e à dignidade psíquica e/ou física da vítima no sentido de a fazer sentir-se mal. Na maioria das vezes acontece no ambiente de trabalho e pode vir de qualquer direção.
Segundo as investigações de Silva (2011) o assédio moral é principalmente exercido em ambiente de trabalho e diz respeito a toda e qualquer forma de abuso e prática que atinja a integridade física e moral da pessoa, seja através de perseguição constante e/ou prolongada ou de outra forma.
“… exige determinado tipo de conduta, ou seja, travado de forma reiterada ou sistemática, e que possa tornar insuportável (..) a agressão moral, causadora do dano moral, se for praticada de forma recorrente, poderá aperfeiçoar o conceito de assédio moral” (Freire, 2009, p. 2).
O agressor procura fazer a vítima sentir-se mal, inferiorizada, provocando situações hostis e que levam a reações depressivas (Silva, 2011).
Alguns estudos definem o assédio moral como terrorismo psicológico caracterizado por comportamento abusivo por meio de atitudes, palavras ou gestos que, de alguma forma colocam em risco a dignidade ou a integridade psicológica ou física da pessoa (Freire, 2009).
Importa referir ainda que quando se trata de assédio moral, o mesmo pode vir de qualquer direção, seja de superiores, colegas ou até mesmo de colaboradores para chefias de empresas (Silva, 2011).
Nos seus estudos Silva (2011) refere ainda que o assédio moral pode ser nominado de diferentes formas conforme a cultura e o país, sendo que na Itália o mesmo é conhecido como mobbing, na França como harcélement moral, na Austrália como bullying, em Portugal como terrorismo psicológico e no Brasil como humilhação no trabalho, violência moral ou psicológica, assédio psicológico no trabalho, terror ou terrorismo psicológico no trabalho, etc.
Apesar de o assédio moral ser transversal, ou seja, poder vir de qualquer lado, seja de um superior, colega ou mesmo de alguém que está abaixo da vítima, na hierarquia, facto é que, na maioria das vezes, de acordo com a investigação realizada a respeito do tema, há maior tendência para que o mesmo venha de cima para baixo (Silva, 2011).
Alguns dos comportamentos adotados pelo agressor são o foco em prejudicar, ofender, agredir a autoestima e a dignidade da vítima e pode acontecer de várias formas, seja por gestos, verbalmente, por escrito, entre outros (Stadder, 2008, p.77, cit in Silva, 2011).
Freire (2009) descreve alguns comportamentos frequentes nestas situações em que o agressor coloca rótulos depreciativos na vítima de forma a faze-la sentir-se humilhada, ou desvaloriza o seu trabalho mesmo que este seja produtivo por este acarretar menor responsabilidade, o que vai, aos poucos, provocando degradação da performance da mesma. Em algumas situações, o agressor chega mesmo a fazer comentários sobre a aparência física da vítima ou da sua doutrina religiosa (Freire, 2009).
Apesar de ser maioritariamente de cima para baixo, a autora faz ainda referência a situações de assédio moral na horizontal, ou seja, quando colegas de trabalho, movidos por inveja, inimizades pessoais, rivalidades ou simplesmente por uma questão de competição, partem para este tipo de atitude junto da vítima (Silva, 2011).
Esta segunda versão acontece frequentemente devido à dificuldade em lidar com as diferenças dentro dos grupos de trabalho (Silva, 2011).
Há outras situações em que pessoas que adquirem cargos de chefias pela primeira vez, tornam-se, inicialmente um pouco dependentes de outros elementos que já lá estão e que estes segundos, em vez de os acolher, prejudicam a sua adaptação (Silva, 2011).
De acordo com as investigações de Freire (2009) a situação leva a vítima a perder a confiança no seu trabalho, a isolar-se de todos ao seu redor e, em situações mais graves, a enveredar pelo mundo da droga e do álcool.
Conclusão
O assédio moral é maioritariamente observado em ambientes de trabalho em que a vítima é constantemente agredida por alguém que o faz das mais variadas formas, seja por meio de atitudes, gestos ou palavras. Pode vir de todas as direções, isto é, de superiores, de colegas ou até mesmo de subordinados, no entanto, a maioria dos estudos observa que vem por parte de superiores.
O objetivo do agressor é que a vítima se sinta desconfortável e constrangida, pelo que procura mexer com a sua dignidade e integridade física e psicológica, com o objetivo de a fazer desistir do seu cargo.
References:
- Freire, P.A. (2009). ASSÉDIO MORAL E A SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR. PT, O PORTAL DOS PSICÓLOGOS;
- Silva, A.S.M., (2011). ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO. Orbis: Revista CientíficaVolume 2, n. 1. Recuperado em 15 de agosto de 2018 de http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/52/52.