O relacionamento interpessoal diz respeito à ligação entre indivíduos, a qual, quanto mais assente na confiança e na empatia, melhor qualidade de vida irá promover. Na maioria dos estudos, verifica-se maior foco de importância do mesmo no campo da saúde entre profissional e paciente.
Segundo os estudos elaborados por Formozo, Oliveira, Costa e Gomes (2012) o relacionamento interpessoal está significativamente ligado à saúde do indivíduo.
Verifica-se ainda que este tema está também intimamente ligado à cultura e ao contexto e que varia consoante o comportamento social de cada um, o que requere variáveis como as crenças, as habilidades, os valores, os sentimentos e as motivações (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Quando se fala m relacionamento interpessoal, convém compreender que o mesmo é assente no respeito, na dignidade e na responsabilidade dos elementos (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Os trabalhos de Formozo, Oliveira, Costa e Gomes (2012) bastante focados no relacionamento interpessoal no âmbito da saúde, compreendem a necessidade de haver uma preocupação especial por parte dos profissionais em relação aos seus utentes. Isto deve-se ao facto de que cuidar está invariavelmente associado à manutenção dos relacionamentos estabelecidos entre as duas partes (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012). Contudo, e tal como já foi mencionado, mesmo neste âmbito, um profissional de saúde também é influenciado pelas suas experiências, crenças e cultura quando se relaciona com os seus pacientes (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Para Betrone, Ribeiro e Guimarães (2007) a capacidade de um profissional de saúde para estabelecer um relacionamento com os seus utentes, permite que os mesmos consigam ver nele alguém que está ali para os ajudar, o que proporciona maior rapidez de recuperação.
A literatura relacionada com este assunto indica que a consideração que sem tem com o outro bem como o dar atenção às suas particularidades e à sua individualidade, influencia a qualidade da relação que se cria (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Podemos compreender desta forma que as relações interpessoais estão presentes em todos os contextos e que se traduzem no comportamento estabelecido entre indivíduos através da comunicação que é estabelecida bem como através da resolução de problemas com cooperação, empatia e assertividade (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Outras pesquisas, realizadas por outros autores, corroboram estas teorias ao enfatizar a grande importância da comunicação nos relacionamentos interpessoais que, entre outras benesses, no âmbito da saúde, contribuem enormemente para promover a confiança dos utentes bem como para criar maior empatia entre as partes (Betrone, Ribeiro, & Guimarães, 2007).
Alguns dos meios de estabelecer relacionamentos interpessoais no âmbito social são:
- Não verbais: postura, expressão facial, contacto visual, gestos, distância e proximidade;
- Cognitivo-afetivos: autoeficácia e compreensão do ambiente;
- Físicos: respiração, batimentos cardíacos, aparência pessoal e aspecto físico
(Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012).
Neste sentido, alguns estudos sugerem como a comunicação é um dos meios principais para promover o relacionamento interpessoal, porque é através dela que partilhamos sentimento, emoções, opiniões sobre os outros e todas as questões diretamente associadas a este tema (Betrone, Ribeiro, & Guimarães, 2007).
No entanto, Formozo, Oliveira, Costa e Gomes (2012) referem que quando existe dificuldade em exercer as competências ligadas aos relacionamentos interpessoais, o indivíduo experimenta relacionamentos conflituosos que fazem com que a sua inserção num grupo não seja saudável.
“… as habilidades sociais mostram-se relacionadas à qualidade de vida, pois, por meio das mesmas, o indivíduo pode tornar-se capaz de desenvolver relações interpessoais mais gratificantes e, consequentemente, maior realização pessoal” (Formozo, Oliveira, Costa, & Gomes, 2012, p. 125).
Conclusão
Os estudos demonstram o evidente foco do tema do relacionamento interpessoal no âmbito da saúde, uma vez que é um dos contextos em que se deve promover mais significativamente esta ligação. Quanto maior a empatia, confiança e segurança passada de profissional para utente, maior a capacidade deste de se querer envolver no processo de melhoria da sua condição de saúde, o que, consequentemente, vai trazer evidentes melhorias na sua recuperação e qualidade de vida.
References:
- Betrone, T.B., Ribeiro, A.P.S., & Guimarães, J. (2007). Considerações sobre o Relacionamento Interpessoal Enfermeiro-Paciente. Revista FafibeOnLine – n.3. – ago. 2007
- Formozo, G.A., Oliveira, D.C., Costa, T.L., & Gomes, A.M.T. (2012). AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO CUIDADO EM SAÚDE: UMA APROXIMAÇÃO AO PROBLEMA. Revista de Enfermagem UERI, Rio de Janeiro, 2012, jan/mar; 20(1): 124-7. Recuperado em 9 de julho de 2018 de http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/4006/2775