Contrainformação

Noção, história e estratégias da contrainformação

Contrainformação é o nome dado a uma ação ou estratégia que visa impedir a determina entidade ou pessoa(s) o acesso a uma informação verdadeira, nomeadamente com a divulgação de dados falsos.

 

O termo contrainformação pode ter duas definições distintas. A primeira identifica-o como uma estratégia ou conjunto de recursos usados para neutralizar um serviço de informação inimigo ou dificultar (ou mesmo impedir) o seu acesso à fonte de informação verdadeira, sendo que nesta ótica o que a contrainformação faz é divulgar informações falsas. Numa segunda definição o termo pode ser definido como outras fontes baseadas em informações e estudos de caso mais recentes, claros e definidos, sendo que aqui a contrainformação é uma espécie de contraposição à informação através da elaboração de respostas. Em ambos os casos não se deve confundir contrainformação com desinformação, que é a ação de suprimir uma informação, minimizar a sua importância ou modificar o seu sentido.

 

Genericamente, contrainformação é a contenção da informação, isto é, o uso de recursos e táticas que consistem em produzir barreiras para a inversão no processo de divulgação de informações.

Desta feita, a contrainformação é vista como uma atividade de comunicação negativa num processo democrático de livre acesso à informação porque viola a ética e a deontologia. Contudo, esta atividade continua a ser praticada por empresas, instituições e outras organizações que veem nesta estratégia uma forma de se defenderem e/ou evitarem crises.

 

Um pouco de história…

Não há uma identificação exata sobre a origem do termo, mas possivelmente a contrainformação já existe há mais de 2000 anos, como atividade institucionalizada dos estados, geralmente sob pretexto de garantir a segurança (interna ou externa), e não se prevê a sua extinção.

Em 1622 no início da Guerra dos Trinta Anos, o Papa Gregório XV fundou uma congregação para a propagação da fé chamada de “congregatio” que agia como contrainformação na medida em que para supervisionar a propagação do cristianismo, os missionários eram enviados para fazer um trabalho de contrainformação nos países não cristãos.

Mais tarde, na Primeira Guerra Mundial o termo (que originalmente não era pejorativo) é adotado pela política que o usa como recurso estratégico para atingir os seus objetivos. Através de mensagens aparentemente verdadeiras, valorizavam-se os esforços patrocinados por governos e partidos políticos, numa manipulação de informação semelhante àquela que é estruturada pela publicidade.

Um exemplo datado da Segunda Guerra Mundial revela que o desembarque naquele que ficou conhecido por Dia D ou Operação Fortitude foi resultado de uma estratégia de contrainformação: os serviços secretos britânicos convenceram as forças armadas da Alemanha nazi de que dispunham de uma força invasora muito maior do que a que de facto estava prestes a passar pelo Canal da Mancha. E há muitos outros exemplos mais recentes como a divulgação de teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente Kennedy pelo escritor Mark Lane; a desacreditação da CIA pelo historiador Philip Agee; a agitação das tensões raciais nos Estados Unidos endereçando cartas falsas da Ku Klux Klan, colocando um explosivo na “seção negra de Nova Iorque” (operação PANDORA) e divulgando teorias da conspiração dizendo que o assassinato de Martin Luther King teria sido planeado pelo governo dos Estados Unidos ou até mesmo o fabrico de histórias que diziam que o vírus da SIDA (síndroma da imunodeficiência adquirida) teria sido fabricado por cientistas americanos em Fort Detrick.

 

Certo é que, ao longo da história, a contrainformação tem reunido recursos baseados em várias técnicas de comunicação de modo a fazer uma espécie de guerra psicológica para solidificar informações deliberadamente falsas ou incompletas que apoiem uma causa (política ou outra). A contrainformação manipula as pessoas de forma a que entendam as situações contrariamente ao que deviam entender o que cria, naturalmente, falsas expectativas.

 

Principais estratégias da contrainformação

 

  • A contrainformação começa por analisar a informação real e o seu respetivo público-alvo de forma a (também) conseguir chegar a ele e, principalmente, interessá-lo.
  • O uso de uma fonte credível é fundamental para passar a contrainformação.
  • O tratamento da mensagem recorre à inversão, manipulação e discurso muito persuasivo de modo a anular o raciocínio lógico e até massificar consciências.
  • Há ainda um recurso a técnicas de comunicação correntes como a propaganda para passar a mensagem.
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