Biografia de Paulo Sousa
Paulo Sousa é um ex-futebolista e actual treinador português que, enquanto jogador, venceu duas edições consecutivas da Liga dos Campeões por equipas diferentes.
Paulo Manuel Carvalho Sousa nasceu na cidade de Viseu a 30 de Agosto de 1970 e começou por ser jogador de futebol no Repesenses, onde deu os primeiros toques com a bola e onde chamou à atenção dos responsáveis do Benfica com quinze anos. Aceitou o convite e foi para Lisboa sozinho rumo ao sonho de uma vida. Os directores das camadas jovens revelaram-se decisivos no papel de instrução desportiva e cívica de Paulo Sousa, o que o próprio admite como tendo sido fulcral na sua carreira. Tanto nas camadas jovens do Benfica como nas selecções nacionais foi presença habitual, sendo um dos campeões mundiais de sub-19, em Riade.
Jogava mais como extremo mas o treinador da equipa principal, Sven Goran Eriksson, viu potencialidades para ir para terrenos mais interiores e tratou de discipliná-lo tacticamente e dar-lhe carga física necessária para afrontar a nova posição, que exigia mais a nível táctico. Estava destinada a ser um trinco, um carregador de piano, um homem que faz os outros homens brilhar. Não tinha a técnica e a criatividade de uns mas tinha o posicionamento, o sentido táctico e o carisma de um líder que o fizeram caminhar no trilho das vitórias. Fez dois jogos na equipa principal durante a época de 89/90 mas na temporada seguinte foi uma das novidades da equipa titular e foi um dos responsáveis pelo título do clube encarnado em 90/91. As boas exibições do médio defensivo despertaram o interesse dos vários seleccionadores que o convocaram para a selecção nacional. Em 1991/1992 e 1992/1993, Paulo Sousa mantinha a preponderância na equipa encarnada mas títulos só a Taça de Portugal, em 92/93. Mas Paulo Sousa, tal como Pacheco, viria a rumar ao Sporting durante o defeso num processo em que foi o próprio jogador a pedir a rescisão do contrato. Devido a ser dos mais acarinhados pela massa associativa e por ser o segundo jogador que o Sporting retirava ao rival, os benfiquistas não ficaram agradados com a situação e fizeram com que Paulo Sousa passasse alguns calafrios. Contudo, na época de 1993/1994, continuou a ser importante como era na Luz, realizando 31 jogos no campeonato e chamando a atenção das grandes equipas internacionais, sobretudo, em Itália. Podia ter ido para a Roma mas escolheu o projecto desportivo da Juventus. Numa equipa recheada de grandes jogadores como Roberto Baggio, Del Piero, Vialli e Conte (actual treinador do Chelsea), Paulo Sousa impôs a sua qualidade ao serviço do colectivo logo na época de estreia de 94/95, sendo considerado o melhor jogador do campeonato pela comunicação social. Ganhou Campeonato, Taça e Supertaça de Itália, perdendo apenas na final da Taça UEFA para o Parma. Mas na época seguinte, alcançou o feito que qualquer jogador profissional ambicionava: vencedor da Liga dos Campeões. Contudo, Paulo Sousa não conseguia ter a mesma influência na equipa condicionado por uma lesão no tendão rotuliano do joelho esquerdo que só poderia ser recuperado com o descanso ou a cirurgia que só foi feita mais tarde. O português ainda jogou na fase final do europeu de 1996 por Portugal e só depois é que foi operado.
Contudo, a Juventus pretendia transferir o jogador por esperar que o português estimasse um longa paragem devido a lesão e no final do ano poderia transferir-se a custo zero para qualquer equipa visto que o contrato com o clube acabaria no final da época de 1996/1997. Os italianos trataram de vender Paulo Sousa ao Borussia Dortmund que quando se aperceberam da lesão do português quiseram abortar a operação, indicando que o jogador tinha a carreira em risco e que só a operação o poderia ajudar a passar. E essa lesão foi ultrapassada a tempo de jogar a final da Liga dos Campeões pelo Borussia Dortmund ganhando essa final contra a Juventus, sua anterior equipa, fazendo uma exibição de sonho. Ganhava duas vezes consecutivas a Liga dos Campeões por clubes diferentes. Ainda nesse ano, voltaria a erguer mais uma taça, a Taça Intercontinental. As constantes lesões não largaram Paulo Sousa, o que fez os responsáveis germânicos transferi-lo para Itália, para a equipa do Inter, onde esteve entre 1997/1998, 1998/1999 e 1999/2000. Na janela de transferências de Janeiro, foi cedido ao Parma por meia temporada para depois ser transferido para a Grécia, onde jogou época e meia no Panathinaikos, sendo que a meio da época de 2001/2002 foi para Espanha, jogar na equipa do Espanhol de Barcelona. Jogou pela selecção nacional nas fases finais do Euro-2000 e Mundial-2002, sua última prova internacional como jogador. Não abandonou o futebol, tendo seguido a carreira de treinador. Começou por trabalhar nas selecções jovens de Portugal, onde esteve entre 2005 e 2008. A sua primeira experiência como treinador de uma equipa de futebol foi em Inglaterra, na equipa do Queens Park Rangers que não correu muito bem, mas na época seguinte, seguiu para a equipa do Swansea . Em 2010/2011, foi contratado pelo Leicester para comandar a equipa mas não resistiu durante muito tempo.
E aí, Paulo Sousa testou outras paragens com mais sucesso. Em 2011/2012, foi para o Videoton, clube hungáro onde esteve duas épocas, vencendo uma Taça da Liga e duas Supertaças. Em 2013/2014, foi para Israel, e venceu o campeonato e a Taça enquanto treinador do Maccabi Telavive. O Basileia gostou do que viu e contratou o português para comandar os destinos do clube, em 2014/2015 e com sucesso porque venceram o campeonato principal suíço e fizeram uma boa carreira na Liga dos Campeões. Na época transacta, a Fiorentina contratou os serviços do português, mantendo-se no cargo até ao momento.