Mata atlântica

Localizada na Costa Atlântica do Brasil, a Mata Atlântica é geralmente considerado como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas do planeta, abrigando uma enorme variedade de mamíferos, aves, peixes, insetos, répteis, árvores, fungos e bactérias. Estima-se que ela detenha cerca de 20.000 espécies vegetais, pouco mais de um terço das existentes no Brasil. Quanto aos animais nativos, levantamentos recentes indicam que o bioma abriga aproximadamente 1.020 espécies de aves, 340 variedades de anfíbios e 270 tipos de mamíferos. A região reserva belíssimas paisagens e paraísos tropicais, cuja proteção é essencial à nossa cultura e também ao desenvolvimento económico, por meio do estímulo ao ecoturismo.

Originalmente a Mata Atlântica cobria quase 1,5 milhão km2, 16% do território brasileiro. Ela também cobria parte do território paraguaio e argentino. Além disso, a Mata Atlântica tinha conexões com outros biomas sul-americanos, como a Amazónia e os Andes Tropicais.

A grande extensão quer em termos longitudinais, quer latitudinais, garantiu uma alta variação de condições climáticas e ecológicas. Por exemplo, em áreas da costa brasileira a taxa pluvial é de mais de 4.000 mm por ano, enquanto que no interior do continente essa taxa fica em torno de 1.000 mm anuais. Tais condições permitem que a Mata Atlântica seja considerada como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de biodiversidade do planeta e abriga uma enorme variedade de mamíferos, aves, peixes, insetos, répteis, árvores, fungos e bactérias. Estima-se que nesse bioma existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil). Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial.

Em relação à fauna, os levantamentos mais recentes indicam que a Mata Atlântica abriga 1.020 espécies de aves, 340 espécies de anfíbios e 270 de mamíferos. A riqueza pontual é tão significativa que os dois maiores recordes mundiais de diversidade de árvores foram registados na Mata Atlântica: 454 espécies num único hectare do sul da Bahia e 476 espécies em amostra de mesmo tamanho na região serrana do Espírito Santo. Outra dado que impressiona é a enorme quantidade de espécies endémicas. Estima-se que 40% das espécies vegetais, 20% dos mamíferos, 19% das aves e 26% dos anfíbios existentes na Mata Atlântica sejam endémicas. Além de sua rica biodiversidade, a Mata Atlântica é de grande importância para o homem e exerce influência direta na vida de mais de 120 milhões de pessoas (75% da população brasileira), que vive nos seus territórios. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais e garantem o abastecimento de água para 60% da população e é responsável pelo sequestro de 2 bilhões de toneladas de CO2. Além disso, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e encostas das serras. Esta região possui ainda belíssimas paisagens, paraísos tropicais, cuja proteção é essencial para nossa cultura e para o desenvolvimento económico da região, por meio do turismo e do ecoturismo.

Por fim, a Mata Atlântica abriga uma grande diversidade cultural, constituída por povos indígenas, como os Guarani, e outras culturas tradicionais representadas pelos caiçaras, quilombolas, caipiras e o caboclo ribeirinho. Algumas destas populações vivem em unidades de conservação de uso direto ou indireto. Além disso, há também diversos patrimônios culturais, que podem ser definido como um conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.

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