A história dos Lombardos assim como dos restantes povos germânicos não é completamente conhecida, a parca quantidade de registos históricos dificulta o seu estudo pela historiografia. Entre lendas, escavações arqueológicas e registos históricos romanos de Tácito, é possível localizar este povo logo após a morte de Cristo na foz do Rio Elba no Mar do Norte. Os registos romanos descrevem este povo como o mais feroz entre os povos germânicos.
A origem do nome Lombardo está associada ao misticismo nórdico. Uma tribo denominada Winnili preparava-se para a batalha, consultou o Deus Odin para os ajudar a vender o inimigo. Frigga, Deusa da mitologia nórdica, ordenou que as mulheres prendessem o cabelo na cara de forma a assemelhar-se a barba e assim aumentar o número de soldados, Odin perguntou a Frigga quem eram aqueles homens de barba longa, e assim nasceu o nome Lombardo, a romanização de longa barba em nórdico antigo.
Gradualmente ao longo do século I e II d.C. os Lombardos foram ocupando territórios na Germânia. Entre 166 e 489 os textos latinos praticamente deixam de referir este povo, este desaparecimento histórico, pode estar associado com a formação das grandes coligações de povos germânicos como francos, alamanos e saxões que os tornaram vassalos, ou por uma questão mais pragmática, terem migrado para uma região fora da influência e conhecimento romano.
No final do século V reaparecem ocupando regiões daquilo que actualmente é considerado como República Checa. Após terem subjugado e anexado outras tribos como os hérulos, de quem anteriormente os Lombardos eram vassalos, cruzam o Danúbio em 540 e estabelecem-se na Panónia, actualmente Hungria, e parte da Áustria e Croácia comandados por Audoíno. Aí formam uma aliança com o Império Romano do Oriente liderado por Justiniano I, o Grande contra os Gépidas.
Em 568, e após serem expulsos pelos Ávaros da Panónia, os Lombardos liderados por Alboíno, invadem a Península Itálica, que até a década anterior estivera envolvida num violento conflito entre o Império Bizantino e o Reino Ostrogodo. Os Bizantinos acabariam por conquistar toda a Itália e riscar os Ostrogodos da História, mas com o eclodir de novo conflito com o Império Sassânida na parte oriental do Império Romano do Oriente/Bizantino, a grande maioria das forças militares bizantinas foram retiradas da Península Itálica, deixando este território exposto, o que potenciou e facilitou a conquista lombarda do Norte de Itália e boa parte do Sul.
Foi criado assim o Reino Lombardo, estruturado em trinta e cinco ducados, representativos das principais cidades do norte, centro e sul italiano, controladas pelos lombardos. Os bizantinos após alguns reforços conseguiram manter Roma e algumas cidades costeiras.
A partir do momento que atravessaram o Danúbio e entraram em contacto com o Império Romano do Oriente foram sendo convertidos gradualmente ao cristianismo, numa primeira fase ao arianismo. No entanto esta conversão ao cristianismo era mais evidente nas classes mais altas da sociedade lombarda, a população comum mantinha a devoção aos deuses pagãos. A chegada a Itália alterou radicalmente este quadro, com uma pressão intensa para a conversão ao catolicismo.
Em 772, o último Rei Lombardo Desidério, de forma a colocar um ponto final nas tensões dogmáticas entre o bispado de Roma e os cristãos lombardos, decide anexar a cidade de Roma aos seus domínios. O Papa pede auxílio ao Rei Franco, mais tarde Imperador Carlos Magno, que em 774 invade e derrota os lombardos na Península Itálica.
O Reino Lombardo acabou dividido por Carlos Magno, que anexou parte do território ao seu império e outra parte ao Papado enquanto Estados Pontificados.
Os Lombardos enquanto entidade política desapareceram da História, a sua população foi gradualmente e consecutivamente miscigenando-se com os latinos, mas o seu legado perdura na região onde exerceram mais poder e influência, correspondente a boa parte do norte de Itália e conhecida ainda nos dias como Lombardia.