Pisco de Peito Ruivo
Erithacus rubecula, Pisco-de-peito-ruivo, é uma das muitas espécies descritas pela primeira vez por Linnaeus no século XVIII com o nome de Motacilla rubecula. O género Erithacus foi criado pelo naturalista francês Georges Cuvier em 1800, dando a esta espécie o seu nome binomial actual de E. rubecula.
É uma espécie comum durante a Primavera e o Verão no noroeste de Portugal, diminuindo a sua abundância à medida que se avança para sul, sendo escassa na maior parte do Alentejo. No Inverno, distribui-se por todo o território, sendo então abundante, pois a população é reforçada com a chegada de aves invernantes provenientes da Europa Central e do Norte. Possui hábitos diurnos e os machos exibem comportamentos territoriais muito agressivos, atacando outros machos que entrem no seu território. Por causa da elevada taxa de mortalidade no primeiro ano de vida, esta espécie tem uma expectativa de vida média de 13 meses. No entanto, uma vez passado o seu primeiro ano de vida, pode conseguir viver por alguns anos. Estima-se que a sua população seja superior a 10.000 indíviduos, estando estável. A sua alimentação baseia-se em insectos, aranhas, minhocas e caracóis, sendo que no Outono e Inverno consome bagas e outros frutos moles, tais como, passas, flocos de aveia e outros. É uma ave de canto melodioso e persistente, podendo-se ouvir o ano inteiro.
O pisco-de-peito-ruivo pode escolher uma enorme variedade de locais para a construção do ninho, bastando ser um lugar que dê alguma protecção, tal como uma depressão ou buraco. O ninho é composto por musgo, folhas e erva, sendo que a erva mais fina, pêlos e penas são usadas para o revestimento do ninho. A postura é constituída por 4 a 6 ovos brancos ou ligeiramente azulados, com um número variável de pequenas manchas avermelhadas. A incubação dura 13 a 14 dias, e as crias permanecem no ninho em média cerca de 13 dias antes de o abandonarem. Quando as aves juvenis abandonam o ninho possuem uma coloração acastanhada no corpo todo. A coloração alaranjada tão típica nesta espécie aparece ao fim de 2 a 3 meses fora do ninho.
Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Aves | Passeriformes | Muscicapidae | Erithacus | E. rubecula |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Predação | Longevidade |
Europa, Ásia Menor e Ocidental e África norte-ocidental | Pouco preocupante | Florestas húmidas e de folha caduca, parques e jardins com arbustos | Omnívoro | Aves de rapina, mamíferos (gato-bravo) e cobras | 13 meses |
Características Físicas |
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Anatómicas | Testa e peito de cor de laranja, abdómem brando e nuca e dorso acastanhados |
Dimorfismo Sexual | Normalmente, o macho é mais corpulento que a fêmea |
Tamanho | 14 cm |
Peso | 16 – 22 g |
References:
- Cabral, M.J.(coord.), Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N.,Oliveira, M.E., Palmeirim, J.M., Queiroz, A.I., Rogado, L. & Santos‐Reis, M. (2005) Livro vermelho dos vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituto da Conservaçãoda Natureza. Assírio & Alvim. Lisboa. 660 pp.
- Catry, P., Costa, H., Elias, G., Matias, R., (2010) Aves de Portugal. Ornitologia de território continental. Assírio & Alvim, Lisboa.
- Costa, H., Juana, E., & Varela, J. (2011) Aves de Portugal incluindo os arquipélagos dos Açores, da Madeira e das Selvagens.