Biografia de Acácio da Silva
Natural de Montalegre, Acácio da Silva foi um dos ciclistas que fez, praticamente, a carreira toda em equipas estrangeiras, à excepção do último ano, onde veio acabar a carreira na equipa da Hipermercados Jumbo-Maia. Um ciclista bastante versátil porque conseguia disputar etapas ao “sprint” como disputa a classificação geral de provas por etapas.
Comçou por correr numa equipa do Luxemburgo, o C.C. Dudelange, no ano de 1980, onde venceu a classificação geral da Fleche du Sud. Manteve-se nessa equipa por mais um ano, contudo em 1982 torna-se profissional numa equipa suíça, a Royal-Oliver Tex- Wrangler e torna-se vencedor da classificação da montanha na Volta ao Luxemburgo que terminou no 4º lugar. No ano seguinte, 1983, fica numa equipa suíça diferente, a Eorotex-Magniflex. Com essa motivação, consegue estar mais nas posições dianteiras. Repete conquista na classificação da montanha na Volta ao Luxemburgo, vencendo uma etapa na prova. Tem uma Volta a Suiça com bastante regularidade e consegue permanecer nos dez primeiros da geral e, mais uma vez, a classificação da montanha.
A equipa italiana da Malvor-Botecchia vai buscá-lo em 1984 e tem um calendário e resultados promissores. 5º na Liege-Bastogne-Liege e 10º na Fleche Wallone, vitória de etapa no Giro de Trentino, 2º na geral da Volta a Suiça com classificação da montanha incluída e vitória na Coppa Placci são alguns dos bons resultados que o português alcançou nesse ano e, portanto, era de esperar que o ano de 1985 fosse, ainda, melhor. E confirmou-se. Ganhou etapas na Tirreno-Adriático, Volta a Romândia, Volta a Itália, Volta a Suiça e no final de época conquistou duas clássicas em Itália, a Coppa Agostoni e o Giro dell´Emilia. O ano de 1986 foi o último ano na equipa italiana e foi repleto de triunfos de qualidade. Venceu o Campeonato de Zurique e na Volta a Itália termina nos dez primeiros com dois triunfos parciais conquistados. Vem a Portugal para se sagrar campeão nacional de fundo pela primeira vez. Depois de correr a Volta a França, mudou para a equipa da Kas, ainda nesse ano de 1986. Vence uma etapa no Tour de Limousin e finaliza o Giro da Lombardia nos 5 primeiros. Em 1987, mantém-se na Kas e consegue uma das suas principais vitórias até então: uma etapa na Volta a França, com chegada à cidade de Estugarda.
No ano de 1988, regressa às vitórias em catadupa. No país vizinho, conquistou uma etapa na Volta a Galiza e o Troféu Luis Puig. Regressa ao pódio na Volta a Suiça, com um terceiro lugar na geral, uma etapa conquistada e a classificação dos pontos no bolso. Isto tudo depois de ter vencido uma etapa no Criterium du Dauphine. Estes resultados perspectivavam uma boa prestação na Volta a França porque são provas de preparação para o Tour e isso reflectiu-se numa vitória de etapa para o português na “Grand Boucle”. Em Evreux, à 4ª etapa finalizou a etapa no primeiro posto. Em 1989, volta para uma equipa italiana, a Carrera Jeans – Vagabond. E consegue dois triunfos de enorme qualidade. Uma etapa na Volta a Itália e outra na Volta à França. Em Itália, vence a etapa no Monte Etna, à frente de um dos grandes nomes do ciclismo colombiano Lucho Herrera e conquistou a liderança da prova, envergando a camisola rosa por dois dias. Se isto não fosse bom, Acácio repetiu esse feito no Tour. Acácio da Silva vence a etapa de forma isolada com chegada ao Luxemburgo e chega à camisola amarela de liderança que manteve por quatro dias. Em 1990, não consegue ter os mesmos resultados do ano anterior, mostrando-se apenas na Volta ao Luxemburgo, com vitória de etapa e em 1991, transfere-se para a Lotus-Festina e permanece por dois anos, tendo como conquista maior durante esses anos, a conquista da classificação dos “sprints” na Volta a Espanha. Os dois últimos anos foram divididos entre a Lampre-Polti e a equipa nacional Hipermercados Jumbo – Maia, onde teve uma vitória no Grande Prémio de Almoçageme. A seguir a Agostinho, foi o melhor ciclista português desta geração, a par de Marco Chagas.