Apresentação da Província de Gaza
Gaza é província de Moçambique, localizada no sul do país, entre as províncias de Maputo (a sul) e de Inhambane e Manica (a norte e nordeste). A sua capital é Xai-Xai, cidade costeira localizada a cerca de 210 km a norte de Maputo. Tem como centro vital o rio Limpopo, que atravessa toda a província no sentido noroeste – sudeste, e constitui o principal fator de dinamização económica, nomeadamente ao nível agrícola.
A área territorial da Província de Gaza é de 75 334 km², e está dividida em 14 distritos, nomeadamente: Bilene, Chibuto, Chicualacuala, Chigubo, Chókwè, Chongoene, Guijá, Limpopo, Mabalane, Manjacaze, Mapai, Massangena, Massingir e Xai-Xai. Desde 2013 possui também 6 municípios, nomeadamente: Chibuto, Chókwè, Macia, Manjacaze, Praia do Bilene e Xai-Xai.
Relativamente à população residente, e de acordo com os resultados preliminares do Censo de 2017, a província de Gaza tem 1 446 654 habitantes, o que significa uma densidade populacional de 19,1 habitantes por km², uma das mais baixas do país.
História de Gaza
A atual província de Gaza foi formada a partir do território do antigo distrito de Gaza, criado em 1946 ainda durante o período colonial. Contudo, as suas raízes são bem mais antigas e podem ser encontradas no antigo Império de Gaza fundado no início do século XIX pelo povo Nguni (Vátuas ou Aungunes, na terminologia colonial), um dos ramos dos Zulus. Provenientes do sul, são empurrados para norte pela guerra civil que lavrava desde o início do século. Nessa altura, o chefe Sochangane (avô de Ngungunhane), mais tarde chamado Manukuse, alarga o reino, dando-lhe o nome de Gaza em homenagem ao seu bisavô, e estabelece a capital em Chaimite (que mais tarde tornada na aldeia sagrada dos Ngunis).
Com a morte de Muzila, seu filho Ngungunhane sobe ao trono em 1884, após uma batalha fratricida com seus outros irmãos. Sob o reinado de Ngungunhane, cognominado o “Leão de Gaza”, o império cresce e espraia-se desde o rio Incomáti até à margem esquerda do Zambeze, e desde o oceano Índico até ao curso superior do rio Save.
Face a esta ascensão de Ngungunhane, os portugueses enviaram emissários em 1885 que tentaram que ele reconhecesse a soberania de Portugal na região. Face à não aceitação por parte de Ngungunhane, que se recusou a assinar os acordos, os portugueses atacaram as suas forças em Coolela, obrigando-o a fugir para Chaimite onde foi capturado e levada para o exílio na metrópole.
Ngungunhane (N’gungunhana, Gungunhana ou Reinaldo Frederico Gungunhana), foi o último imperador do Império de Gaza no território que actualmente é Moçambique, e o último monarca da dinastia Jamine.