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As riquezas naturais do litoral brasileiro
Nos registros do escrivão Pero Vaz de Caminha -da esquadra de Cabral, existem várias descrições sobre a fertilidade e as riquezas encontradas no litoral brasileiro, durante o episódio do Descobrimento (1500). As expressões como:‘dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem’ ; além das descrições sobre a diversidade de fauna e flora encontradas na Terra Brasilis , relatadas por Caminha – já anunciavam ao rei português Dom Manuel I, que havia muito a ser explorado no novo continente. O interesse na conquista das novas terras foi marcado pelos ambiciosos projetos expansionistas ibéricos, em suas viagens ultramarinas.
Portugueses e espanhóis foram entre os séculos XV e XVI os pioneiros das Grandes Navegações. Por essa razão, defenderam ao longo do século XVI, o direito de Mare clausum. Por essa teoria, a navegação pelo mar deveria fechar-se a outras potências estrangeiras que igualmente desejassem se lançar à busca das especiarias pelas novas rotas marítimas descobertas. Eram tempos de cobiça. Por essa razão, ingleses, franceses e holandeses, contrariando a visão dos ‘descobridores’ das novas rotas marítimas, defendiam a ideia de Mare liberum. Para essas potências, o direito à exploração e ao comércio com as novas regiões da Ásia, da América e da África- não deveriam ser restritas aos lusos e espanhóis.
O Tratado de Tordesilhas (1494) já havia garantido exclusivamente à Pensínsula Ibérica o controle das rotas marítimas e a posse sobre os territórios e as riquezas encontradas no Novo Mundo (a América). De acordo com o Tratado, o mundo seria dividido entre lusos e castelhanos à contar pelo meridiano- que estava a 370 léguas a ocidente do Arquipélago de Cabo Verde. Pelo Tratado firmado, a oeste ficariam as possessões espanholas e a leste, as possessões portuguesas.
Com o desembarque da esquadra de Pedro Álvares Cabral em terras brasileiras,após 44 dias de viagem, inúmeros foram os relatos sobre a gente e a riqueza encontradas.As terras encontradas no Brasil foram descritas como férteis e abundantes. O cronista Ambrósio Fernandes Brandão (1618), destacou:’São tão grandes as riquezas deste novo mundo e da mesma maneira sua fertilidade e abundância, que não sei por qual das coisas comece primeiramente; mas […] de todas estas coisas o principal nervo e substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.’
Como não foram encontrados os metais preciosos tão cobiçados pelos portugueses no Brasil, durante os três primeiros séculos de ocupação e colonização, a Coroa portuguesa praticou o extrativismo vegetal do pau-brasil e investiu no desenvolvimento da economia açucareira a partir da construção de engenhos e da adoção do sistema plantation de produção. O açúcar era um produto raro e caro na Europa, que rendeu à economia brasileira um alcance em escala planetária através da exportação e aos portugueses, um lucro extraordinário.
Da América também foram levados para Europa uma variedade de produtos agrícolas que inclusive modificaram os hábitos de consumo europeu que passaram a incluir em suas dietas o milho, a batata, o feijão, o tomate, o amendoim e o tabaco.
References:
BUENO, Eduardo. A viagem do Descobrimento. RJ: Objetiva,1998.
ANDRADE-LIMA, D. A Botânica da Carta de Pedro Vaz de Caminha. Rodriguesia 1984.
PRIORI, Mary Del. Histórias da Gente Brasileira. Vol1. RJ: Casa da Palavra, 2016
FILGUEIRAS, TarcisioS & PEIXOTO. Ariane Luna. Flora e vegetação do Brasil na Carta de Caminha. Acta Bot. Bras. [online]. 2002, vol.16,