Conceito de Turismo de Saúde
O Turismo de Saúde é um produto turístico que tem como fim proporcionar aos turistas o bem-estar físico e/ou psíquico, para tal, os mesmos recorrem a tratamentos em centros especializados (exemplos: SPA’s; Termas; Centros Clínicos; entre outros), por esta razão, os recursos naturais e os equipamentos existentes no destino turístico são cruciais para este segmento de mercado.
Considerações sobre o Turismo de Saúde
O Turismo de Saúde apresenta determinadas especificidades dentro do setor, ou seja, carateriza-se por ser um produto secundário na medida em que os turistas viajam com outras motivações, mas acabam por realiza-lo; apresenta consideráveis impactes positivos no destino turístico (é um bom aliado no combate à sazonalidade, pois pode ser realizado todo ano e os turistas apresentam gastos médios elevados); é um tipo de turismo promissor (devido ao envelhecimento da população europeia e à ideia presente do “culto do corpo”); a oferta concentra-se maioritariamente no mercado europeu.
O Turismo de Saúde apresenta diversos tipos de motivações, nomeadamente, a procura de atividades que tragam o bem-estar geral, a prevenção e/ou recuperação de enfermidades e a procura de uma cura para uma doença específica.
Tendo em conta a existência de diferentes motivações, este tipo de produto turístico dispõem de uma ampla oferta de forma a satisfazer as necessidades dos turistas; porém, o wellness, o termalismo, a talassoterapia e o climatismo são as variantes deste tipo de turismo mais comuns.
O wellness que deriva da junção de duas palavras da língua inglesa wellgeing (bem-estar) e fitness (aptidão física) tem como objetivo proporcionar aos turistas cuidados físicos ou/e psicológicos de forma a eliminar o stress, a fadiga ou simplesmente de proporcionar a recuperação da forma física.
O termalismo integra as estâncias termais que se definem como uma zona geográfica onde existe uma emergência de águas medicinais que são reconhecidas cientificamente do ponto de vista clínico e terapêutico. O termalismo é assim uma junção de recursos naturais e equipamentos que proporcionam aos turistas vários tipos de tratamentos. Importa salientar que o termalismo a partir das décadas de 50 e 60 começou a sofreu várias ameaças provenientes do desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes e pela perda de competitividade oriunda da incapacidade de resposta às novas tendências da procura turística.
A talassoterapia carateriza-se por ser uma estância localizada junto ao mar e por isso os fatores que potenciam o tratamento são os marítimos; porém, o tipo de cuidados e os elementos estruturantes são comuns às estâncias termais. O climatismo assenta maioritariamente nos recursos naturais de um destino turístico, na medida em que as suas propriedades curativas são através do clima e da qualidade do ar.
Desafios do Turismo de Saúde à escala nacional
O Turismo de Saúde a nível nacional ainda apresenta pouca expressão apesar de ser contemplado no PENT (2011) como um dos produtos turísticos a apostar. É de referir que Portugal tem recursos termais adequados para competir no mercado internacional neste tipo de turismo, pois conta com uma grande variedade de estâncias termais, localizadas junto a nascentes de águas medicinais. Porém, as estâncias termais a nível nacional não estão estruturadas para poder competir no sector turístico de Saúde & Bem-Estar, na medida em que, são poucas as estâncias que dispõem de serviços e atividades dirigidas aos turistas. Para além disso, estes equipamentos estão obsoletos, o que condiciona a sua vocação turística.
Relativamente aos centros de Spa & Wellness, a maioria das instalações apresenta uma variada oferta de serviços de qualidade e estruturas sofisticadas, adequadas a competir internacionalmente, no entanto a nível nacional, estes centros não existem em número suficiente e nem se diferenciam dos destinos concorrentes.
Outro desafio para o desenvolvimento deste segmento turístico em Portugal é o fraco planeamento e ordenamento do território para o Turismo de Saúde, pois a falta de interação entre os agentes deste segmento (Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, gestores de unidades termais ou Spa’s, Turismo de Portugal IP, entre outros) ainda está muito patente o que condiciona o desenvolvimento e a afirmação do mesmo no mercado nacional e internacional.
References:
Referências Bibliográficas:
- Cunha, L. (2007). Introdução ao Turismo. Lisboa: Editorial Verbo, pp. 448.
- Turismo de Portugal (2011). Plano Estratégico Nacional do Turismo Propostas para Revisão no Horizonte 2015 – Versão 2.0, Lisboa, pp. 1-47.
