Turismo Acessível

Conceito de Turismo Acessível

O Turismo Acessível pode ser encarado como um aglomerado de serviços, equipamentos e infraestruturas apropriadas às necessidades e limitações de cada turista, permitindo aos mesmos a realização de turismo acabando assim com os condicionamentos.

Considerações sobre o Turismo Acessível

No mundo contemporâneo o turismo tornou-se numa atividade crescente e assim se prevê que continue para o futuro, movendo milhões de pessoas por todo mundo. O setor do turismo ao longo do tempo, tem vindo a adaptar-se e/ou alargar a sua oferta; porém, existe turistas que apresentam limitações, quer pela idade (as sociedades contemporâneas encontram-se cada vez mais envelhecidas) quer ainda turistas portadores de algumas deficiências, e estás limitações condicionam o acesso ao turismo, surgindo assim o conceito de Turismo Acessível.

O conceito de Turismo Acessível é encarado como complemento do conceito de Turismo Social, na medida em que, ambos apresentam na sua génese a erradicação da discriminação no setor do turismo. Exposto isto, o Turismo Acessível pretende facilitar o acesso a pessoas com necessidades especiais e o Turismo Social pretende facilitar o acesso ao turismo aos mais desfavorecidos, sendo que esta complementaridade permite o desenvolvimento de uma política de um turismo para todos.

Para o setor do turismo é importante perceber quais as necessidades especiais que o turista deste nicho pode ter, para assim efetuar uma gestão mais eficiente dos destinos acessíveis. O turista deste nicho pode apresentar várias necessidades especiais de diferentes níveis que resumidamente são:

• nível mental, turistas com um funcionamento intelectual inferior ao da média afetando atividades preceptivas, cognitivas, linguísticas e muitas vezes afetivas e sociais;
• nível motor, turistas com incapacidade física e motora que impede o funcionamento normal das atividades;
• nível auditivo, turistas que não apresentam este sentido apurado ou muitas das vezes surdas;
• nível da visão, turistas que apresentam deficiências no órgão da visão.

O Turismo Acessível também pode ser encarado como uma mais-valia para o setor, pois pode trazer inúmeras vantagens ao mesmo, como por exemplo, a nível social é eliminador de desigualdades de acesso à prática do turismo atenuando a discriminação e consequentemente o destino poderá ter uma maior qualidade e notoriedade. Do ponto de vista económico o mesmo permite que o destino albergue mais um nicho de mercado o que conduzirá num aumento da procura, simultaneamente os turistas com necessidades especiais costumam viajar acompanhados tornando o destino propicio à visita por parte de outros turistas e este nicho habitualmente prefere viajar em épocas baixas devido à menor densidade do fluxo turístico, permitindo uma redução da sazonalidade dos destinos turísticos.

O turista deste tipo de turismo ainda enfrenta várias barreiras que são classificadas de diferentes formas. As barreiras intrínsecas dizem respeito aos aspetos de falta de igualdade face aos outros turistas quer a nível psicológico, motor e familiar, as barreiras ambientais assentam no meio físico (ex: caraterísticas arquitetónicas dos edifícios; caraterísticas urbanísticas) onde o turista com necessidades especiais se insere e a capacidade de esse mesmo espaço satisfazer as suas necessidades, e por último, as barreiras interativas que afetam a atividade cognitiva (ex: telecomunicações; divulgação de informação).

Turismo acessível e a sua aplicação

O Turismo Acessível estende-se em diferentes componentes do Produto Turístico, nomeadamente:

• nos estabelecimentos hoteleiros (oferta de serviços e de instalações adaptadas através de equipamentos, da formação dos seus colaboradores, entre outros);
• nos operadores turísticos e agências de viagens (apresentam pacotes turísticos feitos à medida para este tipo de turista);
• nos equipamentos e infraestruturas públicos (adaptação de monumentos, parques, museus, espaço-publico, entre outros, para permitir que este tipo de turista tenha acesso aos mesmos);
• nas animações turísticas (desenvolvimento de iniciativas e/ou eventos que tentam abranger o público com necessidades especiais através da formação dos técnicos, guias e/ou animadores, bem como o desenho de soluções acessíveis e a utilização de equipamentos que permitem e/facilitam a participação deste público nas atividades).

References:

• Alles, M. T. F. (2009). Turismo Accesible: Análisis de la Accesibilidad Hotelera en la Provincia de Cadiz, Facultad de Ciencias Económicas y Empresariales de la Universidad de Cádiz.
• Devile, E. L. (2009).”O desenvolvimento de destinos turísticos acessíveis: o caso da Lousã”, in Simões e Ferreira (eds.), in Turismos de Nicho – Motivações, Produtos, Territórios, Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa, pp.387-400.
• Pérez, D. M., Velasco, D. J. G. (2003). Turismo Accesible – Hacia un Turismo para Todos, Comité Español de Representantes de Personas con Discapacidad (CERMI).