Gestão Ambiental

Apresentação dos mecanismos de Gestão Ambiental no setor do turismo. Abordamos os 3 tipos de medidas de gestão ambiental utilizadas para a sua concretização.

Os mecanismos de gestão ambiental começaram a ganhar peso dentro do setor do turismo, a partir do momento em que o conceito de turismo sustentável se foi consolidando. De um modo geral podemos afirmar que existe três formas de as empresas/organismos do setor operacionalizarem a gestão ambiental: compromisso ambiental, reconhecimento público da qualidade ambiental e reconhecimento formal e institucionalizado.

Relativamente ao compromisso ambiental diz respeito a empresas, instituições ou organismos, que aplicam orientações de códigos de conduta, de declarações e/ou de cartas internacionais.

Quanto às cartas e/ou declarações internacionais assentam normalmente nos princípios gerais do turismo sustentável. Estes documentos têm como objetivo formalizar o compromisso e a responsabilização dos governos, organizações e/ou empresas, em relação à promoção de princípios e práticas de desenvolvimento sustentável, como por exemplo, a Carta do Turismo Sustentável/Declaração de Lanzarote, o Código Mundial de Ética do Turismo, a Agenda XXI para a indústria das Viagens e Turismo, entre outros.

Por sua vez, os códigos de conduta são diretrizes que o setor publico e/ou privado elaboram com o objetivo de orientar e incrementar o desempenho ambiental das suas atividades; porém, estes são voluntários, não estando sujeitos a qualquer tipo de vinculação e/ou fiscalização.

A gestão ambiental também pode ser concretizada através da adesão de rótulos/selos de qualidade ambiental, sendo que, a este tipo de gestão designamos por reconhecimento público da qualidade ambiental.

Os prémios de qualidade ambiental, sob a forma de rótulos/selos de qualidade, são cada vez mais populares no setor turístico. Este instrumento representa uma das formas mais eficientes de introdução de práticas de proteção do ambiente, nas empresas e instituições.

Para além de constituírem formas de divulgação e educação ambiental, os rótulos/selos de qualidade são instrumentos de marketing muito eficazes: por um lado, constituem a garantia de qualidade ambiental dos produtos e serviços turísticos, e por outro, disponibilizam informação adicional sobre as atividades da empresa aos turistas, introduzindo um novo fator de decisão na escolha do seu destino turístico.

Os rótulos/selos de qualidade constituem um instrumento percursor na introdução de novas práticas ambientais no sector, preparando o caminho para o estabelecimento de mecanismos de avaliação ambiental ainda mais exigentes, designadamente em termos de sistemas de garantia e de certificação da qualidade ambiental.

A gestão ambiental pode ainda passar pelo reconhecimento formal e institucionalizado, com suporte legal, da qualidade da gestão ambiental praticada nas empresas, através de mecanismos de certificação ambiental. A certificação de qualidade ambiental do produto turístico está ainda numa fase inicial.

O reconhecimento formal e institucionalizado tem como princípio base a melhoria contínua na gestão ambiental das empresas. O processo de auditoria ambiental de uma empresa, parte da livre iniciativa das empresas. Estas implementam um sistema de gestão ambiental e acordam com um auditor independente sobre o modelo de gestão a adotar, assim como as metas ambientais a atingir. O auditor avalia posteriormente o desempenho ambiental das empresas com base nos requisitos previamente definidos. Este processo culmina com a atribuição da certificação ambiental à empresa auditada. Os mecanismos de auditoria e certificação têm normas definidas ao nível internacional, nomeadamente através da ISO 14001 e EMAS.

Importa referir que a gestão ambiental acarreta consigo investimentos indispensáveis à operacionalização de medidas e variam consoante o tipo de intervenção efetuada, podendo ser classificados da seguinte forma: elevados (alterações estruturais no sistema existente, com custos associados em equipamentos importantes), médios (alterações processuais, com custos reduzidos em equipamentos) e baixos (implementações de pequenas alterações nas rotinas da empresa).

Apesar do investimento inicial necessário, a gestão de resíduos, da energia e a da água são áreas ambientais, cuja implementação de medidas resultam na redução direta dos custos operacionais e trabalham a marca das empresas, daí as que possam assumir uma forte atratividade para o setor empresarial.

Por último, o setor do turismo já conta com diversas experiências na implementação de medidas de gestão ambiental. Estas experiências são positivas, pois não só reduziram as pressões ambientais oriundas da atividade turística como se traduziram numa maior eficiência da atividade empresarial.

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References:

  • Cunha, L. (2006). Economia e Política do Turismo, Editorial Verbo, Lisboa.
  • Nascimento, L. F. et al. (2008). Gestão Socioambiental Estratégica, Bookman, São Paulo.
  • Santos, M. J. N. (coord.) (2005). Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Empresarial, Celta Editora, Oeiras.
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