O conceito de eventos turísticos ainda apresenta nos dias de hoje um certo grau de ambiguidade, isto porque, não existe uma definição consensual para o mesmo, apesar de haver diversos autores que se debruçam sobre o assunto. Por outro lado, a ambiguidade do conceito é potenciada em países que não apresentam um quadro legal que se debruce de forma clara sobre a temática.
Os eventos turísticos são transitórios e cada um é único, na medida em que, apresentam uma duração, uma definição, uma gestão e um público próprio. Os eventos turísticos são acontecimentos planeados no tempo e no espaço, têm objetivos que pretendem atingir e envolvem um grupo de indivíduos que procuram integração.
Atualmente devido à diversidade de produtos e serviços que a sociedade contemporânea dispõe, existem eventos turísticos para todos os gostos, onde os mesmos podem ser dos mais variados possíveis de acordo a sua natureza (ex: empresariais; feiras; artísticos; desportivos; entre outros) e da criatividade da equipa organizadora de cada um. Os eventos turísticos são encarados como um complemento da oferta turística do território, promovendo o aumento: de visitantes, dos gastos médios por turistas e dos períodos de permanência no destino. Desta forma, os eventos turísticos potenciam a criação de emprego no território, promovem a melhoria de equipamentos e/ou infraestruturas, fomentam a captação de investimentos e incentivam o desenvolvimento económico e social do destino.
Os eventos turísticos podem ainda fomentar a construção de novas infraestruturas e/ou equipamentos orientados para o turismo no território (ex: hotéis, estradas, marinas, restaurantes; entre outros) e funcionar como excelentes ferramentas de marketing turístico, isto porque, os mesmos valorizam os recursos naturais e culturais presentes no destino turístico, acabando por promover a nível regional ou nacional e/ou internacional outros tipos de turismo existentes no destino.
No caso português de acordo com a nova versão do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), os eventos turísticos estão divididos por três tipologias em função da sua dimensão ou visibilidade, sendo estas: os megaeventos, os grandes eventos promocionais e os eventos de animação local.
Os megaeventos são eventos turísticos de grande visibilidade e têm como objetivo promover o país à escala internacional, contribuir para a reestruturação ou construção de equipamentos e infraestruturas, angariar potenciais prospetores turísticos e aumentar os fluxos turísticos durante e após o evento. Tendo em consideração a sua envergadura estão estimados pelo PENT a realização de apenas dois megaeventos por década.
Os grandes eventos promocionais estão pensados para se desenvolver à escala nacional e regional e têm como objetivo promover a marca “Portugal” a nível internacional e nacional. Este tipo de eventos são realizados com mais frequência que os megaeventos (escala nacional no mínimo 10 por ano; escala regional no mínimo 50 por ano) e os mesmos são organizados através de um calendário nacional de acordo a sua natureza (desportiva, cultural, gastronómica, religiosa, entre outros).
Os eventos de animação local (ex: feiras de artesanato, jogos desportivos, concertos, entre outros) têm como objetivos proporcionar novas e/ou diferentes experiências aos visitantes e aumentar as receitas turísticas de um espaço turístico.
Em suma, os eventos turísticos são um acontecimento planeado com especificidades únicas e com oportunidades para um destino turístico pelas suas caraterísticas (natureza, objetivos, duração, público-alvo); estes são uma boa ferramenta de comunicação e têm um papel importante nos destinos turísticos enquanto fator de diferenciação, na medida em que os mesmos podem ajudar a atenuar da sazonalidade turística; promovem investimentos oriundos de nível nacional e/ou internacional; geram emprego; promovem os destinos turísticos (gera. atração turística, contribuem para o aumento de visitantes, dormidas e receitas) e complementam a oferta turística do território.
References:
Referências Bibliográficas:
- ALLEN, J., O’TOOLE, W., MCDONNEL, I., HARIS, R. (2008) Organização e gestão de eventos, Campus, Río de Janeiro, pp. 1-2893
- GUETZ, D. (1997). Event management & event tourism, Cognizant Communication Corp, pp. 1-386.
- TURISMO DE PORTUGAL (2011). Plano Estratégico Nacional do Turismo Propostas para Revisão no Horizonte 2015 – Versão 2.0, Lisboa, pp. 1-47.