O Museu Nacional Soares dos Reis é um museu nacional de belas artes, artes decorativas e arqueologia que está instalado no Palácio dos Carrancas, na freguesia de Miragaia, na cidade do Porto.
O Museu Nacional Soares dos Reis é um museu nacional dedicado às áreas das belas artes, das artes decorativas e da arqueologia e que se localiza na antiga freguesia da Miragaia, no concelho do Porto, na Zona Norte de Portugal Continental. Atualmente a freguesia à qual pertence o Museu Nacional Soares dos Reis é denominada por União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória. É também nesta freguesia da cidade do Porto que se localiza o Museu dos Transportes e das Comunicações, que está inserido no edifício da Alfândega Nova. O Museu Nacional Soares dos Reis é o antigo Museu Portuense e foi fundado quando decorria o ano de 1833. O museu de arte está instalado no Palácio dos Carrancas – um palácio construído a partir do ano de 1795 para servir de habitação e como fábrica dos Morais Castro, uma família de prósperos comerciantes, que tinha como alcunha Carrancas.
O Museu Portuense, o antigo museu antes de existir o Museu Nacional Soares dos Reis, era também conhecido como Ateneu D. Pedro IV e foi mandado organizar oficialmente no mês de abril do ano de 1833 por iniciativa do regente D. Pedro, Duque de Bragança. Foi então construído o mais antigo museu público de arte em Portugal. O Museu Nacional Soares dos Reis foi instalado primeiro no edifício do Convento de Santo António da Cidade, que é o atual edifício onde se encontra instalada a Biblioteca Pública Municipal do Porto, na União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória. O museu tinha uma galeria de exposição permanente do museu que ocupava o lugar que tinha servido de refeitório dos monges capuchos, situado no rés-do-chão do edifício. No andar superior do edifício situava-se uma sala que era destinada ao estudo das peças e à realização e organização de exposições com caracter temporário.
O Museu Nacional Soares dos Reis destinou-se a recolher os bens confiscados aos conventos abandonados do Porto e aos extintos mas fora da cidade do Porto como é o caso dos Mosteiros de São Martinho de Tibães e de Santa Cruz, em Coimbra. Mais tarde o museu seguiu um programa cultural e pedagógico inovador, que apoiava os artistas da Academia Portuense de Belas Artes e divulgava as suas peças e obras de arte nas exposições que eram realizadas no museu. Em 1839 o acervo do museu foi transferido para a direção da Academia Portuense de Belas Artes o que fez com que a relação entre o museu e o ensino de artes no século XIX se fortalecesse devido à proximidade. Quando decorria o ano de 1911 e as reformas institucionais da República Portuguesa, a política museológica foi descentralizada e houve uma tendência à especialização, inscreveu-se a criação do Museu Nacional Soares dos Reis. Com o Estado Novo valorizou-se a conservação do património e acentuou-se o papel do museu como lugar de memória da nação e em 1932 o museu adquire o estatuto de Museu Nacional.
No ano de 1940 o Museu Nacional Soares dos Reis instalou-se no Palácio dos Carrancas sob direção de Vasco Valente. O edifício de estilo neoclássico foi adaptado às novas necessidades e tendências museológicas da época e foi instalada iluminação zenital e todas as estruturas próprias para a conservação das obras de arte. Em 1942 procedeu-se ao depósito das coleções do extinto Museu Municipal do Porto, com várias secções desde pintura, artes decorativas, arqueologia etc. que conferiram ao museu um caracter misto. As coleções iam sendo promovidas e além disso o museu ia tendo algumas exposições temporárias. Já em 1950 procurou-se modernizar o museu e adquiriram-se obras de arte contemporâneas e adeptos de correntes artísticas ainda em definição. Nessa época o diretor do museu era o escultor Salvador Barata Feyo, professor de escultura na Escola de Belas Artes do Porto e que foi diretor do Museu Nacional Soares dos Reis até ao ano de 1961.
Até os dias de hoje o Museu Nacional Soares dos Reis tem pretendido reforçar a ligação com o público nomeadamente na questão da divulgação da cultura e da arte como símbolo nacional e com a realização de exposições temporárias e temáticas relativas a várias áreas como por exemplo a questão da ação educativa, que foi desenvolvida na direção de Manuel de Figueiredo; O museu viu emergir o Serviço de Extensão Escolar com atividades pensadas para os mais novos, visitas guiadas e ateliers infantis. Em 1970 começou a existir colaboração entre o museu e o Centro de Arte Contemporânea (C.A.C) cuja atividade se partiu para o projetado Museu Nacional de Arte Moderna, atualmente designado por Fundação de Serralves. No século XX, com a criação do Instituto Português de Museus houve uma remodelação do Museu Nacional Soares dos Reis que esteve a cargo da arquitetura do português Fernando Távora. Houve um alargamento do espaço de reserva, criaram-se novas áreas para exposições temporárias, um auditório, zonas de serviços e de lazer. Uma sala multimédia e as obras deram ao museu um novo enquadramento na salvaguarda do património do museu.