Igreja de Santa Cruz (Coimbra)

A Igreja de Santa Cruz ou Mosteiro de Santa Cruz é uma Igreja Católica que se localiza na freguesia de Santa Cruz na cidade e concelho de Coimbra

fachada principal santa cruz

Localização e História da Igreja de Santa Cruz

A Igreja de Santa Cruz, também denominada por Mosteiro de Santa Cruz, localiza-se na Freguesia de Santa Cruz, em Coimbra, mais precisamente na Praça 8 de Maio, bem perto da Câmara Municipal de Coimbra, na baixa da cidade. À semelhança da Sé Nova e da Sé Velha, a Igreja de Santa Cruz é propriedade do Estado Português e foi considerada Património Nacional e Monumento Nacional. A Igreja pertence à Diocese de Coimbra e tem como arcebispo D. Jorge Ortiga, como Bispo D. Virgílio Antunes e o pároco da igreja é o padre Anselmo Ramos Dias Gaspar.

Foi fundada em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, mais precisamente pelo arcediago D. Telo, D. João Peculiar e S. Teotónio – o último foi o primeiro Prior do Mosteiro de Santa Cruz e o primeiro santo de Portugal. O edifício original da igreja foi erguido entre 1132 e 1223 sobre projeto e orientação do mestre Roberto, um artista conhecido e conceituado dentro do Estilo Românico. No entanto a obra inicial e original não se manteve igual até aos dias de hoje pois em 1507, o reu Manuel I de Portugal ordenou que se fizesse uma grande reforma à Igreja/Mosteiro de Santa Cruz e o edifício foi assim redecorado e reconstruído na totalidade. Nessa altura foram também transladados os restos mortais de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I dos seus sarcófagos originais para novos túmulos instalados na Igreja de Santa Cruz, decorados com o estilo manuelino. Ambos os reis faleceram na cidade de Coimbra e consequentemente foram lá sepultados. Ao que tudo indica na história de Portugal, entre 1530 e 1577, no claustro da igreja, funcionou uma oficina de tipografia e diz-se ser possível que o poeta Luís de Camões tenha estudado lá por volta dessa altura pois o seu parente D. Bento Camões era prior da igreja naquela época e existem evidentes marcas da sua passagem pela cidade.

Características artísticas e arquitetónicas da Igreja de Santa Cruz

interior igreja santa cruz

Como referido a cima, a obra original da igreja de Santa Cruz tinha muitas influências de estilo românico, no entanto essa presença não chegou aos dias de hoje. A fachada desta igreja é semelhante à fachada da Sé Velha uma vez que também possuí uma torre central avançada e encimada com um janelão. O interior da igreja é composto por uma nave única e a capela-mor que está coberta por uma abóbada de estilo manuelino, obras que foram dirigidas por Diogo Boitaca e Marcos Pires, natural da cidade de Coimbra. Em 1530 foi introduzida sobre a entrada da igreja um coro-alto da autoria de Diogo de Castilho sendo a parte escultórica a cargo de João de Ruão. Nesse espaço é onde foi instalado um cadeiral de madeira esculpida de cor dourada de estilo manuelino. Este cadeiral é um dos poucos ainda existentes em Portugal o que lhe dá ainda mais importância. Ainda no interior da igreja, na nave principal, encontra-se um púlpito de estilo renascentista do ano 1521, uma obra a cargo de Nicolau Chanterenne. A igreja contém ainda um órgão de estilo barroco obra de Manuel Gomes Herrera e Francisco Lorete e os revestimentos das paredes são de azulejos azuis e brancos que narram passagens bíblicas. Na capela-mor estão presentes os túmulos dos dois primeiros reis portugueses e em agosto de 2003 foi dado o estatuto de Panteão Nacional à Igreja de Santa Cruz, pela presença tumular dos reis de Portugal D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Desde 2016 o estatuto de Panteão Nacional é partilhado com o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa e co o Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha sendo a Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, o Panteão Nacional Original desde 1836.

claustro da manga igreja santa cruz

Outros elementos de destacar no edifício da Igreja de Santa Cruz são a sala do capítulo, em estilo manuelino, que contem uma capela maneirista e ainda o refeitório construído pelas ordens de Frei Brás de Braga, por Diogo de Castilho e onde atualmente se pode aceder através da Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes (que fica na parte traseira da igreja). Era neste refeitório que se encontrava a Última Ceia, de Hodart, que atualmente está no Museu Nacional Machado de Castro, também em Coimbra. Nas traseiras da igreja encontra-se o Claustro da Manga, que em tempos fez parte do mosteiro de santa cruz mas que atualmente se encontra isolado da igreja. Aí está ainda presente nos dias de hoje uma fonte renascentista com bastante valor arquitetónico para o país.

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