Revolução Cultural

A Revolução Cultural foi um movimento de reforma comunista da China de Mao Tsé-Tung.

Contextualização da Revolução Cultural:

A dita Revolução Cultural foi um processo de paralisação de todo o desenvolvimento tecnológico e cultural na China. Este plano foi elaborado e executado pelo líder comunista chinês Mao Tsé-Tung. Este movimento de massas compostos por estudantes e trabalhadores pretendiam eliminar a corrente mais moderada do Partido Comunista Chinês.

A revolução surge no seguimento do falhanço da estratégia de desenvolvimento económico da China, conhecida como Grande Salto Adiante. Este modelo económico assentava na estratégica soviética de evolução faseada dos diversos sectores da economia como a produção agrícola, industria ou exploração mineral.

Em 1961 era visível o fracasso deste plano na China, paralelamente há inexistência de desenvolvimento tecnólogo e económico, aliou-se a fome generalizada no país que terá provocado a morte a trinta milhões de pessoas. O sistema económico baseado no modelo soviético foi fortemente contestado, servindo como justificação para o afastamento do Partido Comunista Chinês da União Soviética em 1960.

Rapidamente Mao Tsé-Tung viu emergir oposição interna no Partido Comunista. Liu Shaoqi e Deng Xiaoping eram os rostos visíveis dessa contracorrente comunista, planeavam esvaziar o grande líder de poder mas mantê-lo como o rosto visível do regime mediante a sua elevada popularidade entre o povo.

Astutamente Mao Tsé-Tung apercebendo-se das movimentações políticas dos críticos, tomou partido da sua elevada popularidade entre os chineses e começou a atacar violentamente a oposição a partir de 1963, defendendo uma limpeza ideológica do Partido Comunista.

Após uma violenta campanha verbal contra os opositores Mao cria o primeiro comité revolucionário na Universidade de Tsinghua em Maio de 1966. Mao incentivou a criação de comités um pouco por todo o país, compostos por militares, operários, estudantes e camponeses, que deveriam defender a revolução e tomar o poder sempre que necessário. Estes comités ficaram conhecidos como a Guarda Vermelha, responsável pela protecção do regime maoista.

A Revolução Cultural pretendia libertar o país de qualquer ideal capitalista ocidental reafirmando os princípios da revolução comunista e proteger os dogmas presentes no Grande Salto Adiante. Foram destruídos um infindável volume de obras literárias, musicais, religiosas, cinematográficas e detidos imensos intelectuais. As penas englobavam humilhações públicas ou a execução de trabalhos forçados.

A reafirmação do comunismo na China foi feita com a tomada por parte da Guarda Vermelha de fábricas e explorações agrícolas, num movimento abrangente de nacionalizações que pretendia criar um sentimento de união com a colectivização da economia.

Embora oficialmente a Revolução Cultural tenha terminado em 1969, efectivamente terminou apenas com a morte de Mao Tsé-Tung em 1976. Esta revolução levou à visão extremada do culto da personalidade com a adoração de Mao como um Deus terreno.

A Revolução Cultural levou a um maior isolamento do regime comunista chinês mas possibilitou a perpetuação de Mao no poder. O custo para a China foi enorme, tanto em vidas humanas como em património histórico e identitário destruído.

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References:

FURET, François, O Passado de uma ilusão. Ensaio sobre a ideia comunista no século XX, Lisboa, Presença, 1996.

REIS, António, As Grandes Correntes Políticas e Culturais do Século XX, Lsboa, Colibri, 2003.

 

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